Com os lockdowns na China e a crise causada pela Guerra da Ucrânia agravando os problemas da cadeia de abastecimento, a indústria alemã espera enfrente um cenário ainda mais difícil no ano que vem.
Duas das principais associações do setor no país pioraram suas previsões para este ano, divulgadas nesta segunda-feira (30).
Para a associação de engenharia VDMA, a produção de máquinas industriais com o selo “Fabricado na Alemanha” crescerá apenas 1% este ano. O corte na perspectiva de crescimento vem pela segunda vez, após já ter reduzido sua previsão de 7% para 4% há dois meses.
O presidente da VDMA, Karl Haeusgen, declarou em comunicado que, antes da invasão da Ucrânia, 80% das empresas descreviam suas perspectivas de negócios na Rússia como boas ou satisfatórias. Agora, 75% esperam deterioração nos próximos seis meses ou pensam em abandonar a Rússia completamente.
Já para a associação da indústria BDI, as exportações crescerão apenas 2,5% neste ano, após previsão de aumento de 4% em janeiro.
A maior parte das empresas alemãs estão com pedidos acumulados, pois estão com dificuldades para atendê-los.
De acordo com uma pesquisa do instituto Ifo, publicada nesta segunda, 77,2% das companhia se queixaram de gargalos e problemas na aquisição de bens intermediários e matérias-primas.
Na mesma pesquisa, observou-se que uma em cada duas empresas afetadas pela escassez de materiais disse que os lockdowns na China tornaram a situação ainda pior do que antes.