Após cinco meses de deflação, o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e divulgado nesta sexta (6), avançou 0,31%. Dessa forma, agora o IGP-DI acumula alta de 5,03% no ano.
O indicador havia registrado quedas de 0,38% em julho, 0,55% em agosto, de 1,22% em setembro, 0,62% em outubro e de 0,18% em novembro.
Porém, mesmo avançando, o IGP-DI de dezembro veio abaixo das projeções feitas pelo mercado: a pesquisa do Projeções Broadcast tinha previsto uma mediana de 0,40% e o consenso Refinitiv apontava para alta de 0,50%% na comparação mensal.
André Braz, coordenador dos índices de preços da FGV, ponderou dizendo que a última edição do IGP-DI de 2022 mostrou aceleração dos preços de alimentos importantes ao produtor e ao consumidor.
“No índice ao produtor, os maiores aumentos foram registrados para bovinos (de -1,65% para 2,57%), café (de -16,66% para 5,19%) e feijão (de 4,62% para 13,18%). Já no âmbito do consumidor, as maiores altas foram registradas para feijão carioca (de -1,57% para 6,93%) e óleo de soja (-0,69% para 1,49%)”, apontou Braz.
Indicadores do IGP-DI
IPA
Entre os três indicadores que compõem o IGP-DI, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) subiu 0,32% em dezembro. Em novembro, o IPA havia apresentado taxa negativa de 0,43%.
Na análise por estágios de processamento, a taxa do grupo Bens Finais variou de 0,38% em novembro para -0,33% em dezembro. O principal responsável pelo recuo foram os alimentos processados, cuja taxa passou de 0,37% para -0,76%.
O índice de Bens Finais (ex), que resulta da exclusão de alimentos in natura e combustíveis para o consumo, caiu 0,19% em dezembro, ante alta de 0,28% em novembro.
Já a taxa do grupo Bens Intermediários passou de -0,48% em novembro para -0,83% em dezembro. A influência principal veio do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa passou de 0,20% para -4,33%.
O índice de Bens Intermediários (ex), calculado após a exclusão de combustíveis e lubrificantes para a produção, caiu 0,06% em dezembro, ante queda de 0,63% no mês anterior.
O estágio de Matérias-Primas Brutas subiu 2,28% em dezembro, após cair 1,15% em novembro.
A queda foi influenciada pelos itens: minério de ferro (-1,17% para 16,75%), café em grão (-16,66% para 5,19%) e bovinos (-1,65% para 2,57%). Por outro lado, ocorreu arrefecimento em soja em grão (1,29% para -2,08%), laranja (4,40% para -8,20%) e mandioca/aipim (4,82% para 2,97%).
IPC
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) avançou 0,35% em dezembro, após subir 0,57% em novembro. Cinco das oito classes de despesa componentes do índice registraram decréscimo em suas taxas de variação:
- Transportes: 0,92% para -0,07%;
- Alimentação: 1,06% para 0,73%;
- Saúde e Cuidados Pessoais: 0,89% para 0,55%;
- Habitação: 0,43% para 0,31%;
- Despesas Diversas: 0,20% para 0,03%.
Nestas classes de despesa, vale mencionar o comportamento dos seguintes itens: gasolina (2,28% para -1,21%), hortaliças e legumes (11,45% para 5,17%), artigos de higiene e cuidado pessoal (1,66% para 0,32%), tarifa de eletricidade residencial (1,56% para 0,43%) e cigarros (-0,15% para -0,68%).
Os grupos que apresentaram alta foram:
- Educação, Leitura e Recreação: -0,74% para -0,07%;
- Comunicação: -0,35% para 0,74%;
- Vestuário: 0,76% para 0,87%.
Estas classes de despesa foram influenciadas pelos seguintes itens: passagem aérea (-3,65% para -1,05%), combo de telefonia, internet e TV por assinatura (-0,53% para 0,96%) e roupas (0,89% para 1,09%).
O núcleo do IPC registrou uma alta 0,29% em dezembro, ante 0,27% no mês anterior. Dos 85 itens componentes do IPC, 36 foram excluídos do cálculo do núcleo. Destes, 6 apresentaram taxas abaixo de -0,23% (a linha de corte inferior), e 30 registraram variações acima de 0,62%, (linha de corte superior).
No caso do índice de difusão, que mede a proporção de itens com taxa de variação positiva, o resultado ficou em 71,29%, 3,87 pontos porcentuais acima do registrado em novembro, quando o índice foi de 67,42%.
INCC
Por fim, o terceiro componente do IGP-DI, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), cresceu 0,09% em dezembro, ante 0,36% no mês anterior.
Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de novembro para dezembro:
- Materiais e Equipamentos: 0,15% para -0,05%;
- Serviços: 0,10% para 0,45%;
- Mão de Obra: 0,59% para 0,15%.
No ano de 2022, o IPA-DI subiu 4,70%; o IPC-DI aumentou 4,28%; e o INCC-DI avançou 9,28%. O período de coleta de preços para o índice de dezembro foi do dia 1º ao dia 31 do mês.
Entre em contato com a redação Money Crunch: [email protected]