Conforme dados divulgados nesta quinta (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as vendas do varejo aumentaram 0,4% na passagem de setembro para outubro, marcando a 3ª taxa positiva consecutiva.
Houve desaceleração no volume de vendas em relação a setembro, quando foi registrado crescimento de 1,2% ante o mês anterior. Já na comparação com outubro do ano passado, o setor registrou avanço de 2,7% nas vendas.
“Nos últimos quatro meses, tivemos três resultados de estabilidade – julho (-0,2%), agosto (0,2%) e outubro (0,4%) – e crescimento de 1,2% em setembro. Apesar de estarmos num ritmo muito próximo à estabilidade, quando acumulamos os últimos três meses, que estão no campo positivo, temos um crescimento de 1,7%”, disse Cristiano Santos, gerente da pesquisa.
Com o resultado, o acumulado no ano ficou em 1,0%. Já o acumulado dos últimos 12 meses ficou em 0,1%, o primeiro resultado no campo positivo após 5 meses seguidos de quedas.
No comércio varejista ampliado, que inclui as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, o volume de vendas em outubro variou 0,5% frente a setembro e 0,3% contra outubro de 2021.
No resultado de outubro contra setembro, cinco das oito atividades pesquisadas estavam positivas:
- Móveis e eletrodomésticos: 2,5%;
- Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação: 2,0%;
- Outros artigos de uso pessoal e doméstico: 2,0%;
- Combustíveis e lubrificantes: 0,4%;
- Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo: 0,2%.
Três atividades tiveram queda em volume: Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-0,4%), Tecidos, vestuário e calçados (-3,4%) e Livros, jornais, revistas e papelaria (-3,8%).
“Desde 2020, a Black Friday vem se pulverizando, porque as empresas começaram a antecipar promoções e descontos. Vimos isso agora em outubro, sobretudo em Móveis e eletrodomésticos e Equipamentos e material para escritório. Isso tem a ver também com um certo reposicionamento dessas atividades, que tiveram crescimento bem menor depois da pandemia e adotaram outras estratégias de descontos”, explicou o economista.
Ainda, Santos ressaltou que na atividade de Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação há muita influência do dólar: “em outubro houve uma apreciação do real, o que ajudou nas ofertas desses produtos.”
Entre as quedas, Santos destaca a de Livros, jornais, revistas e papelaria, atividade que cresceu com a volta às aulas presenciais e agora mostra uma compensação desse crescimento.
Além disso, “atividades de peso como Hiper e supermercados e Artigos farmacêuticos tiveram comportamento próximo da estabilidade e acabam também segurando o indicador para essa leitura global de estabilidade”, concluiu.
No varejo ampliado, as duas atividades tiveram queda na comparação de outubro com setembro: Veículo e motos, partes e peças com -1,7% e Material de construção, com -3,5%.
“Material de construção vem caindo nos últimos meses pois estava num patamar alto depois da pandemia e tem tido uma certa compensação. Veículos também mostra compensação: houve um forte crescimento em agosto, devido a uma demanda reprimida por renovação de frotas nas empresas e também refletindo a trajetória de queda nos preços da gasolina”, afirmou o gerente.
O resultado de agosto situa-se 2,9% abaixo do nível recorde de outubro de 2020 e 3,4% acima do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020).
“Essa trajetória de patamar vem mostrando muita amplitude, com um mínimo em março/21 (-8,3%), depois um máximo em agosto/21 (-0,2%), seguido de outro mínimo em dezembro/21 (-8,3%) e máximo em maio/22 (-2,6%), novo mínimo em julho/22 (-4,6%), e agora estamos em -2,9%. A amplitude vem diminuindo, mas ainda apresenta alta volatilidade”.
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