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FMI reduz projeções de crescimento da economia mundial para 2022 e 2023

Devido a alta da inflação e a desaceleração econômica observada nos Estados Unidos e na China, o Fundo Monetário Internacional declarou nesta terça (26) que rebaixou suas perspectivas de crescimento para a economia mundial neste ano e no próximo, alertando que a situação pode piorar muito.

“As perspectivas estão consideravelmente sombrias desde abril. O mundo pode em breve ficar à beira de uma recessão global, apenas dois anos após a última”.

disse Pierre-Olivier Gourinchas, economista-chefe do FMI

Segundo o economista, a desaceleração das três maiores economias do mundo, Estados Unidos, China e a zona do Euro, está gerando consequências “consideráveis para o panorama global”.

O FMI afirma que a “tentativa de recuperação” do ano passado após a recessão da pandemia foi seguida de uma evolução “cada vez mais sombria em 2022 à medida que os riscos começaram a se materializar”.

Uma atualização do relatório Perspectivas da Economia Mundial (WEO, sigla em inglês para World Economic Outlook) aponta que diversos fatores afetaram a economia mundial – já enfraquecida pela pandemia.

Entre eles, a guerra na Ucrânia, que fez subir os preços dos alimentos e da energia, o que levou os bancos centrais a subirem as taxas de juros, os confinamentos pela Covid-19 e o agravamento da crise imobiliária, colocando mais obstáculos à atividade econômica da China.

O WEO cortou a estimativa de crescimento do PIB mundial para 2022 a 3,2%, 0,4 pontos porcentuais a menos que o prognóstico de abril.

Economia mundial pode enfrentar uma das piores recessões dos últimos 50 anos

Como advertência, o FMI diz que as perspectivas de crescimento “caíram abruptamente” e, se os riscos se materializarem podem levar a economia mundial a uma das piores recessões dos últimos cinquenta anos.

O aspecto mais preocupante é o conjunto de consequências a partir da guerra na Ucrânia, como a possibilidade de que a Rússia corte o fornecimento de gás natural à Europa, além de um novo aumento nos preços de alimentos decorrente do efeito da guerra no fornecimento de grãos, o que pode desencadear a fome.

Para 2023, o FMI cortou a projeção de crescimento para 2% – uma taxa somente vista cinco vezes desde 1970.

A prioridade por parte dos governos deve ser o controle da inflação. Ainda que isso inclua medidas difíceis para os cidadãos, o dano causado por um descontrole da inflação seria muito pior. 

O FMI prevê que os preços ao consumidor aumentem 8,3% este ano e, nos mercados emergentes, podem subir 9,5%. 

Projeções para Estados Unidos e China

O FMI reduziu as previsões de crescimento para a maioria dos países, incluídos Estados Unidos e China, que perderam mais de um ponto porcentual em relação às previsões anteriores.

O crescimento nos Estados Unidos para este ano está previsto em 2,3%, uma vez que os consumidores estão gastando menos e as taxas de juros estão subindo.

A perspectiva em relação à China é de uma drástica desaceleração em 2022, até 3,3%, a expansão mais baixa em quatro décadas – com exceção do período de crise pela pandemia em 2020.

Brasil e México

Alguns países são exceções nas perspectivas sombrias, entre eles, Itália, Brasil, México e Rússia, que se beneficia do aumento dos preços do petróleo.

Para o Brasil a estimativa é de 1,7% (+0,9 pontos porcentuais em comparação com abril), enquanto o México deve crescer 2,4% (+0,4 pontos porcentuais). Em 2023, ambos devem crescer menos do que o esperado: Brasil 1,1% e México 1,2%.

Para a América Latina e o Caribe, o FMI elevou em até 3% sua perspectiva de crescimento para este ano, ou seja uma revisão para cima de 0,5 pontos percentuais “como resultado de uma recuperação mais forte em grandes economias” como Brasil, México, Colômbia e Chile.

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