Os danos provocados pela guerra entre Rússia e Ucrânia vão contribuir para uma desaceleração da economia global em 2022, segundo o FMI (Fundo Monetário Internacional).
Em seu último Panorama Econômico Global, divulgado nesta terça-feira (19), o FMI reduziu a projeção de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) global este ano para 3,6%.
A previsão anterior, divulgada em janeiro, era de uma alta de 4,4% em 2022.
Para 2023, a perspectiva é de que a economia global também tenha um crescimento de 3,6%.
De acordo com o documento, uma queda severa de dois dígitos no PIB é esperada na Ucrânia devido aos combates. Além disso, uma contração profunda é projetada para a Rússia devido a sanções e decisões dos países europeus de reduzir as importações de energia.
“Espera-se que os custos econômicos da guerra se espalhem por meio de mercados de commodities, comércio e – em menor grau – interconexões financeiras. Os aumentos de preços de combustíveis e alimentos já estão tendo um impacto global, com populações vulneráveis – particularmente em países de baixa renda – mais afetadas”, destacou o FMI.
Aumento de inflação
O fundo também pontuou que os aumentos dos preços das commodities induzidos pela guerra e as crescentes pressões sobre os preços levaram a projeções de inflação para 2022 de 5,7% nas economias avançadas e 8,7% nos mercados emergentes e economias em desenvolvimento – 1,8 e 2. 8 pontos percentuais acima do projetado em janeiro passado.
“Esforços multilaterais para responder à crise humanitária, evitar maior fragmentação econômica, manter a liquidez global, gerenciar o sobreendividamento, combater as mudanças climáticas e acabar com a pandemia são essenciais”, destacou o relatório do FMI.
PIB do Brasil
Ao mesmo tempo, o Fundo Monetário Internacional melhorou suas expectativas sobre o crescimento econômico do Brasil em 2022. Ante a alta de 0,3% anunciada em janeiro, o fundo agora considera que o PIB do país crescerá em 0,8%.
Em paralelo à redução da previsão de expansão da economia de várias nações devido ao conflito entre Rússia e Ucrânia, o Brasil é um dos únicos países que tiveram melhora na perspectiva de crescimento este ano.
Segundo a entidade, o país se beneficiará principalmente com a alta do preço das commodities.