O Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) decidiu aumentar a taxa de juros em 0,75 ponto percentual na reunião desta quarta-feira, na tentativa de conter o avanço da inflação no país. Agora, a taxa no país passa para o intervalo entre 2,25% e 2,50% ao ano.
Este foi o segundo aumento de 75 pontos base e a quarta alta consecutiva dos juros nos EUA.
A decisão acontece mesmo com sinais de desaceleração da economia norte-americana e do risco iminente de recessão no país.
Há algumas semanas, após a divulgação do índice de inflação de junho, o mercado chegou a apostar em uma alta ainda maior, de 1 ponto percentual. Pouco depois, no entanto, as apostas voltaram para os 75 pontos base.
De acordo com o Departamento de Trabalho norte-americano, a inflação medida pelo índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) acelerou para 9,1% em junho na base anual, a maior desde novembro de 1981. No mês anterior, a taxa anual do CPI havia ficado em 8,6%.
Na comparação com o mês de maio, houve alta de 1,3% na inflação norte-americana.
Como a alta desta quarta-feira já precificada pelo mercado, os investidores devem observar atentamente a coletiva de imprensa do presidente do Fed, Jerome Powell, em busca de sinais de como a autoridade monetária deverá agir em sua próxima reunião em setembro.
Recessão à vista
As tentativas do Federal Reserve de conter a inflação com o aumento de juros devem provocar uma recessão na economia norte-americana, de acordo a pesquisa CNBC Fed Survey, que entrevistou economistas, gestores de fundos e analistas.
Questionados se o esforço do Fed para reduzir a inflação para sua meta de 2% criaria uma recessão, 63% disseram que sim e apenas 22% acham que não.
Os entrevistados estimam em 55% a chance de recessão nos próximos 12 meses, 20 pontos acima da pesquisa anterior.