Na tarde desta quarta-feira (15), o Federal Reserve, Banco Central dos Estados Unidos, subiu os juros do país para faixa de 1,5% a 1,75% – uma alta de 0,75 pontos percentuais desde a última decisão de juros, em maio. O aumento da taxa é o maior desde o ano de 1994.
Esperado pela maior parte do mercado desde as divulgação dos dados de inflação ao consumidor de maio (8,6% no acumulado em 12 meses), feita na sexta-feira passada, o reajuste implica em uma intensificação da política monetária para combate à inflação americana.
A votação para o aumento da taxa de juros foi composta por dez votos a favor e apenas um contra. Esther George, presidente do Fed de Kansas City, discordou da maioria ao votar a favor de um aumento de meio ponto percentual.
Os integrantes do comitê de política monetária afirmam que os ganhos de salários foram robustos nos últimos meses e a taxa de desemprego permaneceu baixa. Já a inflação permanece elevada, refletindo desequilíbrios de oferta e demanda relacionados à pandemia, preços mais altos de energia e pressões mais amplas sobre os preços.
“Ao avaliar a postura adequada da política monetária, o comitê continuará monitorando as implicações das informações recebidas para as perspectivas econômicas. O comitê está preparado para ajustar a orientação da política monetária conforme apropriado caso surjam riscos que possam impedir o atingimento dos objetivos”
disse o Fed em comunicado
De acordo com Jerome Powell, presidente do Fed, as taxas vão subir a 3,4% ao ano até dezembro.
Para o fim de 2023, a visão é de juros a 3,8% (2,8% anteriormente). Já para 2024, em 3,4% (2,8%); os juros a longo prazo tiveram um leve aumento de 2,4% para 2,5%.
As projeções para a atividade econômica foram revistas para baixo: a mediana para crescimento do PIB em 2022 passou de 2,8% em março para 1,7% agora em junho; para 2023, foi cortada de 2,2% para 1,7% e, para 2024, de 2% para 1,9%. Para o longo prazo, a projeção foi mantida para um avanço da atividade de 1,8%.
Já a mediana para a taxa de desemprego para 2022 passou de 3,5% em março para 3,7% em junho; para 2023, projeção foi revisada de 3,5% para 3,9%. A inflação ao consumidor (medida pelo PCE) ficou com projeção de mediana de alta de 5,2% (anterior de 4,3%) em 2022, 2,6% em 2023 (anterior de 2,7%) e 2,2% em 2024 (anterior de 2,3%), com 2,0% no longo prazo, dentro da meta estabelecida pelo Fed.
A reação do mercado não foi de imediata ruim. Nos EUA, os índices de ações mantiveram-se em alta, assim como o brasileiro Ibovespa.
O Fed também afirma que continuará com seu programa de redução de participação nos títulos do Tesouro, mais uma medida para frear o avanço da economia e colocar analistas em alerta para os riscos de recessão no país.
“Além disso, o Comitê continuará reduzindo suas participações em títulos do Tesouro e dívida de agências e títulos lastreados em hipotecas de agências, conforme descrito nos Planos para Redução do Tamanho do Balanço do Federal Reserve, emitidos em maio”