Warren Buffett, um dos maiores investidores da história, afirmou uma das suas frases mais famosas: “A primeira regra dos investimentos é: nunca perca dinheiro. A segunda regra: nunca esqueça a primeira regra”.
Além dele, o filósofo e matemático Nassim Taleb, outra referência muito importante do mercado financeiro, destaca a relação entre tomada de riscos e gestão de risco. Pela alta volatilidade caraterística do mercado financeiro, Taleb diz que é menos prejudicial para o investidor ter que decidir entre tomar ou não riscos ao invés de precisar administrá-los.
Nesse sentido, o conceito de risco de ruína entra em jogo. Como a própria expressão já deixa claro, esse risco consiste na perda total do patrimônio, de forma que não seja possível se recuperar e “retornar ao jogo”.
O investidor frágil
Apesar da ruína parecer algo óbvio para se evitar, não são todos que tomam as decisões corretas ao longo da jornada financeira. O “investidor frágil”, como expressa Richard Rytenband, economista e CEO da Convex Research, está sempre se expondo ao risco de perder tudo aquilo que possui.
Entre as diversas atitudes que fazem com que um investidor possa ser considerado como frágil, aquelas que culminam no risco de ruína são: concentração excessiva do patrimônio sobre apenas uma classe de ativos, operações com alavancagem, investimentos em áreas sem conhecimento e estudo prévio, endividamentos irresponsáveis e sem precedentes, exposição ao risco de perda infinita, entre outros.
Além dessas, Richard ressalta a falta de capacidade do investidor frágil lidar com a incerteza. “Quanto mais o investidor busca a certeza, mais ele se aproxima do risco da ruína”, afirma. A atração por dicas quentes que são muitas vezes passadas por espécies de “gurus” do mercado financeiro também são comportamentos que fazem com o risco de ruína aumente.
Richard explica que a jornada dentro do mercado sempre será marcada por erros e acertos, porém, existem decisões que te levarão a um cenário irreversível. “A forma correta de estar exposto é sempre limitar as suas perdas, tem que ser algo muito visível”.
Boas práticas para se afastar do risco de ruína
Segundo Richard, estar exposto ao risco médio é uma das primeiras ações que devem ser evitadas pelo investidor. “Qualquer média é muito enganosa em situações de alta volatilidade. Ela vai sempre te enganar, não quer dizer nada.”
Como solução, o economista afirma que o correto seria combinar uma exposição a riscos positivos ao lado de investimentos em ativos mais arrojados, como criptomoedas, por exemplo.
“A manada está errada nos grandes momentos de reversão, e é nos grandes momentos de reversão que muita gente vai quebrar”, explica. Para não cair nas tentações que atraem a chamada “manada”, o ideal é assumir uma postura humilde, na qual o investidor saiba de seus objetivos e limitações de forma clara.
Além disso, se apegar ao passado e buscar prever o futuro com muita petulância é outra característica que torna um investidor frágil. “Não é que o passado não seja importante, é que no domínio de eventos inesperados e devastadores ele é sempre altamente insuficiente. Uma única observação vai mudar todas as propriedades estatísticas de tudo.”
Portanto, para a construção de um portfólio antifrágil, o risco da ruína deve sempre ser evitado, já que a partir do momento em que entra no radar do investidor, toda relação de custo-benefício passar a ser invalidada.