Desde a chegada do governo Biden e o pacote de estímulos promovidos pelo FED (banco central americano) muito se falava sobre a desvalorização do dólar no cenário global.
Por mais que a injeção de liquidez pressione negativamente o valor do dólar frente aos ativos reais e escassos – terra, commodities, ouro e o bitcoin -, o diferencial de juros dos EUA frente a outros países, a escassez de dólar e um movimento esperado chamado flight-to-quality (quando investidores buscam ativos mais seguros e defensivos) levou a moeda americana a se fortalecer contra as principais moedas do mundo. O trecho abaixo faz parte do cenário base do relatório VISA da Convex Research desde o início de 2021.
O US Dollar Index (DXY) que mede a força da moeda americana em relação ao Euro, Iene, Libra esterlina, Dólar canadense, Coroa sueca e Franco suíço, chegou a 103 pontos, ante 89 registrados em 2021, o maior patamar das últimas décadas.
Com relação ao Euro (moeda de maior ponderação na composição do índice DXY – 57,6%), o câmbio com o dólar encontra-se no menor nível desde 2017, próximo da paridade 1:1.
As expectativas de aumentos nas taxas de juros pelo Fed impulsionam essa valorização da moeda americana. Vale ressaltar que a morosidade do banco central europeu em iniciar o aperto monetário também tende a potencializar essa dinâmica de desvalorização do Euro perante o dólar.
O gráfico abaixo mostra a desvalorização do euro frente ao dólar, uma queda de 13% desde o ponto mais alto de 2021.
Outro movimento muito importante foi a desvalorização do Yen que quebrou uma tendência de 50 anos de apreciação da moeda japonesa e pode se intensificar caso o BoJ (banco central japonês) perca o controle da curva de juros.
E o Brasil?
Enquanto a dinâmica atual do dólar é de valorização contra as principais moedas do mundo, o Dólar x Real (amarelo) se encontra em uma divergência muito relevante com o US Dollar Index (branco). A última vez em que a divergência foi tão grande, em poucos meses a moeda brasileira se depreciou e voltou a acompanhar o DXY.
Esses são momentos únicos para o investidor brasileira aproveitar e expor seu portfólio a uma moeda forte, não com o intuito de especulação, mas preservação de patrimônio, algo feito há muito tempo pelos investidores e empresários mais bem-sucedidos.