O crédito para financiamentos imobiliários com recursos das cadernetas de poupança diminuiu 16,4% em dezembro do ano passado relação ao mesmo período do ano anterior, conforme dados divulgados nesta quinta (2), pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).
Porém, mesmo com o recuo, este foi o terceiro maior volume de crédito para um mês de dezembro, ficando 0,2% acima de novembro de 2022.
De acordo com um estudo feito pela Brain Inteligência Estratégica, o acesso ao crédito é atualmente a maior barreira para a compra de imóvel no Brasil.
Em 2022, o volume financiado com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) totalizou R$ 179,2 bilhões, o que é 13% menor do que em todo 2021, quando o mercado imobiliário registrou seu maior resultado histórico de vendas.
Paralelamente, os financiamentos pelo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) atingiram R$ 61,6 bilhões, uma alta de 27% entre 2021 e 2022.
Com a alta da taxa de juros em quase 2% ao longo de um período de aproximadamente 1 ano, muitos brasileiros se distanciaram do financiamento, fazendo com que os depósitos na poupança caíssem – a poupança é de onde vem boa parte do dinheiro que os bancos utilizam para financiar o crédito imobiliário.
De acordo com José Ramos Rocha Neto, presidente da Abecip, manutenção da Selic em 13,75% não irá balançar o mercado imobiliário.
A entidade possui uma projeção otimista, considerando que 2023 seja o terceiro maior ano da série histórica, com previsões de financiamentos (com recursos da poupança SBPE mais do FGTS) da ordem de R$ 221 bilhões. Caso isso ocorra, seria uma redução de 8% sobre 2022.
O presidente crê que as taxas de juros do crédito imobiliário irão se manter nos níveis atuais, já que as instituições financeiras calcularam um custo mais baixo do que os recursos captados.
Durante uma coletiva de imprensa realizada nesta quinta (2), Rocha Neto afirmou:
“Os balanços de setembro do ano passado já mostram que os agentes que atuam no SBPE estão sobreaplicados. Ou seja, os bancos já estão aplicando mais no crédito imobiliário do que o percentual obrigatório de 65% de uso do saldo da poupança”.
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