Em maio deste ano, o consumo nos lares brasileiros subiu 0,39% em relação ao mesmo período de 2021. Mas, na comparação com junho, a sazonalidade influenciou a queda de 3,47%. Os dados, divulgados nesta quinta-feira (14), são da pesquisa Consumo nos Lares Brasileiros da Associação Brasileira de Supermercados (Abras).
De acordo com o vice-presidente institucional da associação, Marcio Milan, a projeção de crescimento de 2,8% no ano de 2022 permanece, mas pode ser revisada em junho ou julho. Até o momento, o setor acumula alta de 2,02% de janeiro a maio.
A cesta Abrasmercado, com 35 produtos de largo consumo, teve alta de 17,2% nos últimos 12 meses. Na comparação de maio com abril deste ano, a alta de foi de 0,94%. No ano de 2022, a alta é de 9,32%.
Influência da PEC dos Auxílios
O vice-presidente também citou que o setor ainda estuda os possíveis impactos nas vendas da PEC dos Auxílios, aprovada da Câmara dos Deputados na quarta-feira (13).
Espera-se 50% dos recursos sejam destinados para gastos nos supermercados.
No caso do Auxílio Emergencial posto em vigor na fase mais crítica da pandemia de Covid-19, 70% do auxílio teve esse destino. Porém, agora o cenário é outro. Milan pontua que com serviços como bares e restaurantes abertos, o dinheiro deve ser redirecionado à população mais vulnerável.
A Abras manteve a projeção de crescimento de 2,8% em 2022. Essa expectativa, no entanto, não leva em conta o impacto positivo dos auxílios. Nos últimos cinco meses, o setor acumula alta de 2,02%.
Quando questionado sobre a possibilidade da maior injeção de dinheiro na economia levar a uma alta de inflação pelo lado da demanda, Milan afirmou que não acredita nessa possibilidade.Não vejo que auxílios trarão demanda excessiva ou que levarão a aumento da inflação”
Como alternativa, citou medidas de redução de impostos nos combustíveis e outros segmentos como maneiras de equalizar os preços, bem como a responsabilidade da população em pesquisar preços e dos supermercados manterem as negociações mais intensas com a indústria.