Ante o trimestre que finalizou 2021, o consumo das famílias teve alta de 0,7% nos primeiros três meses de 2022, segundo informações divulgadas hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O consumo das famílias corresponde a aproximadamente 60% do cálculo do principal indicador econômico do país, o PIB. Dessa forma, é considerado como o principal componente do índice sob a ótica da demanda.
De acordo com o instituto, o resultado reflete um cenário de flexibilização das atividades econômicas, após a crise gerada pela pandemia de Covid-19.
A derrubada das restrições e consequente retorno de gastos da população com serviços fizeram com que economistas projetem avanço do indicador nas últimas semanas.
“No consumo das famílias, a demanda está relacionada aos serviços que são principalmente feitos de forma presencial, como as atividades ligadas a viagens”
explicou Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE
Porém, analistas consideram que, passado o intervalo de volta das atividades econômicas, a reação do consumo pode esbarrar em uma série de ameaças nos próximos meses. Um dos principais riscos é o efeito dos juros mais altos, além da inflação.
Mesmo com a retomada dos serviços, o consumo das famílias permanece 0,7% abaixo do patamar pré-pandemia (o quarto trimestre de 2019), aponta o IBGE. Além disso, o resultado também ficou 1,2% abaixo do pico da série, registrado no primeiro trimestre de 2014.
“Não fosse a inflação alta e aqueda da massa salarial, o consumo das famílias poderia ter sido maior”
completou a coordenadora
A inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor – Amplo) ficou em 10,7% no primeiro trimestre, na média, ante 5,3% no primeiro trimestre de 2021.