Segundo dados da pesquisa Radar, publicados nesta quarta-feira (15) pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) em parceria com o Ipespe, 93% dos brasileiros afirmam que o preço dos produtos aumentou ou aumentou muito em relação ao começo deste ano.
Com uma amostra de 3 mil pessoas entrevistadas nas cinco regiões do país, a pesquisa foi realizada entre os dias 21 de maio e 2 de junho.
O resultado fica acima de 90% em todas as faixas de renda, sendo de 96% entre aqueles que ganham mais de cinco salários mínimos. Dessa forma, 78% dos entrevistados apontaram que o consumo de alimentos e outros itens de abastecimento doméstico é o que mais tem sido impactado pela aceleração dos preços.
“A inflação é o inimigo número um do Brasil. É um fenômeno mais sério aqui porque, há nove meses consecutivos, anualizada, vem ultrapassando a faixa dos dois dígitos. Além disso, está bastante disseminada e vem atingindo sobretudo as classes menos favorecidas. É mais sério também porque a inflação tem fatores estruturais, que estão entre nós, como o quadro fiscal débil que, vez por outra, volta a inspirar cuidados”.
disse em nota Isaac Sidney, presidente da Febraban
Sobre perspectivas econômicas, 51% dos entrevistados acreditam que sua vida financeira e familiar só vai se recuperar após 2022, ou acredita que isso não acontecerá.
De modo geral, 77% estão pessimistas com a recuperação da economia, e 66% têm expectativas negativas para o crescimento à frente.
O estudo também questionou sobre o que os entrevistados pretendiam fazer no caso de sobrar dinheiro. As respostas observadas foram:
- 31% deles disseram que comprariam um imóvel;
- 16% utilizariam os recursos para reformas;
- 20% afirmaram que aplicariam o dinheiro na poupança;
- 18% citaram aplicações em outros investimentos.
Outra seção da pesquisa mostra a avaliação dos bancos pelos brasileiros, que registrou recuo em relação às medições anteriores, mas 57% dos brasileiros confiam nos bancos.
Ainda, 55% confiam nas fintechs, e 50% têm confiança em empresas privadas.
Os dados encontrados pela Radar Febraban foram:
- 54% veem contribuição positiva do setor bancário para o desenvolvimento da economia brasileira;
- 50%, um auxílio no enfrentamento à pandemia da covid-19;
Já no setor financeiro para o negócio ou atividade profissional:
- Para 44%, essa contribuição foi positiva;
- 31% avaliaram a contribuição como neutra;
- 14%, como negativa.
Por fim, o levantamento detectou o aumento do porcentual de brasileiros que foram vítimas de golpes ou tentativas de fraude, passando de 21% em setembro do ano passado para 31% no momento atual.
Os homens foram os mais atingidos (33%), assim como indivíduos com renda acima de cinco salários mínimos (41%) e com mais de 60 anos (35%).
A clonagem de cartão foi o golpe mais comum, tendo atingido 64% dos entrevistados, 16 pontos porcentuais acima do levantamento de dezembro do ano passado. As citações a golpes via WhatsApp cresceram de 24% para 25% no mesmo período.