Segundo estimativas feitas pela Abras, associação que representa os supermercados no Brasil, cerca de 50% a 60% dos recursos extras disponibilizados às famílias por meio dos auxílios aprovados na PEC dos Benefícios poderão ser destinados ao setor, ainda que os dados sejam preliminares.
A informação foi revelada pelo vice-presidente institucional e administrativo da Abras, Márcio Millan, em entrevista coletiva feita nesta quinta (14).
De acordo com Millan, os cálculos não estão finalizados, e levam em conta todos os benefícios acoplados à Proposta de Emenda à Constituição (PEC), como os aumentos do Auxílio Brasil e do Auxílio Gás e a criação de auxílios a caminhoneiros e taxistas.
A chamada PEC dos Benefícios, aprovada na Câmara dos Deputados na véspera, eleva o Auxílio Emergencial de 400 para 600 reais mensais até o final do ano e infla ou cria outros programas sociais.
As medidas têm validade apenas até o final do ano e a expectativa é que os benefícios comecem a ser pagos a partir de agosto. A PEC agora poderá ser promulgada, o que deve ocorrer ainda nesta semana em sessão do Congresso Nacional.
Millan afirmou que os supermercados estão realizando “negociações mais planejadas e estruturadas” com a indústria alimentícia para avaliar a necessidade de alguns aumentos de preços, e negou que haja risco de uma escassez ampla de produtos nas gôndolas, ressaltando porém que rupturas individuais são normais da operação do setor.
Quando questionado sobre reportagens da imprensa que mostram a venda por supermercados de sobras de alimentos, como pele de frango e ossos, à população, Milan disse que são casos “pontuais” em determinadas lojas e regiões.
A venda desse tipo de produto, segundo ele, pode ocorrer muitas vezes “como uma forma de mostrar alternativas ao consumidor que procura algo diferente”. Ele garantiu que o setor comercializa produtos em linha com a legislação e regulação da agência sanitária Anvisa.