Conforme o ranking elaborado pelo portal MoneYou e pela gestora Infinity Asset Management, o Brasil é o país com a maior taxa real de juros ao ano, descontada a projeção de inflação para os próximos 12 meses. A lista é composta por 40 países ao redor do mundo.
Para chegar aos juros reais, é considerada a taxa do depósito interbancário (DI) de um ano, com vencimento em setembro de 2023, e a inflação projetada para os próximos 12 meses (4,99%) na pesquisa Focus do BC.
Até fevereiro de 2022, o país estava no topo do ranking, mas foi ultrapassado pela Rússia em março, após o forte aumento de juros no país em meio à Guerra da Ucrânia.
Porém, em maio, quando o banco central russo reduziu a taxa de 20% para 14% ao ano, o Brasil retornou à liderança da lista.
Esse patamar de juro real é considerado significativamente contracionista para a atividade econômica no Brasil, onde a taxa de equilíbrio é estimada em torno de 4,5%.
Na última quarta (21), o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central manteve a taxa básica de juros, a Selic, em 13,75% ao ano, o que ajuda a consolidar a posição do Brasil.
O país deve permanecer no topo do ranking nos próximos meses, já que a expectativa é que os juros só voltem a cair no segundo semestre de 2023.
“O movimento global de políticas de aperto monetário continuou a ganhar força, com o aumento expressivo no número de BCs sinalizando preocupação com a inflação, mesmo com a queda do preço de commodities”, disseram os responsáveis pelo levantamento.
O segundo colocado no ranking é o México (juro real de 5,13% ao ano), seguido por Colômbia (3,86%), Chile (3,38%), Indonésia (2,62%), Hungria (2,13%) e Argentina (2,01%). São 13 países com juro real positivo na lista e 27 com taxas negativas.
Nos Estados Unidos, que elevaram sua taxa básica nesta quarta para um teto de 3,25% ao ano, o juro real está em -1,32% ao ano.
A Argentina têm o maior juro nominal do ranking (75% ao ano) e o Brasil tem o segundo maior, seguido por Turquia (13%), Hungria (11,75%) e Chile (10,75%), que completam o clube dos dois dígitos de taxa básica.
No ranking de 40 países, 17,5% mantiveram suas taxas, enquanto 77,5% elevaram os juros e 5% cortaram desde a divulgação do ranking anterior, em agosto.
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