Após quatro meses, o mercado financeiro elevou pela primeira vez a projeção para a alta do dólar ao final de 2022. A previsão de alta para o ano que vem foi observada na taxa Selic e no IPCA.
Porém, houve uma ligeira melhora para a PIB deste ano e estabilidade para o próximo.
Câmbio
O Boletim Focus indicou alta na projeção do dólar – isso não acontecia desde julho. Agora, a expectativa é de R$ 5,25 ao final do ano – ante R$ 5,20, mantido por 16 semanas consecutivas.
Para 2023, a variação foi de R$ 5,20 para R$ 5,24. A mediana há um mês também era de R$ 5,20.
IPCA
A projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) referente a este ano passou de 5,82% para 5,88%, contra 5,60% há um mês.
Para 2023, o IPCA projetado foi de 4,94% para 5,01% – o primeiro aumento desde a pesquisa Focus divulgada no dia 15 de agosto.
Para 2024, a mediana permaneceu em 3,50%. Há quatro semanas, as estimativas eram de 4,94% e 3,50%, nessa ordem.
Considerando somente as 113 estimativas atualizadas nos últimos 5 dias úteis, a mediana para 2022 passou de 5,82% para 5,89%. Para 2023, avançou de 4,94% para 5,01%.
A previsão para 2025 permaneceu em 3,00%, porcentual igual ao de 71 semanas atrás. A meta para o ano é de 3,00%, com intervalo de 1,5% a 4,5%.
As medianas no Focus para a inflação oficial em 2022 e 2023 estão acima do teto da meta referentes a esses horizontes (de 5,0% e 4,75%, respectivamente), apontando, portanto, para três anos de descumprimento do mandato principal do Banco Central.
Além disso, os economistas do mercado financeiro elevaram a projeção para o IPCA de novembro no Boletim Focus. O avanço da mediana foi de alta de 0,41% para 0,48%. Há um mês, era de 0,41%.
Para o IPCA de dezembro, a estimativa cedeu marginalmente, de 0,65% para 0,64%, contra 0,68% um mês antes. Já para janeiro de 2023, a previsão para o indicador passou de 0,54% para 0,56%. Era de 0,54% há quatro semanas.
A estimativa para a inflação suavizada para os próximos 12 meses saltou de 5,15% para 5,26% – há um mês, estava em 5,13%.
PIB
No referente ao Produto Interno Bruto (PIB) do país, o Boletim Focus mostrou uma nova alta para o cenário esperado em 2022. Para o ano que vem, a projeção se manteve estável.
A mediana para a alta do PIB em 2022 subiu de 2,77% para 2,80%, contra 2,76% há um mês. Já a estimativa para a expansão do PIB em 2023 continuou em 0,70% ante 0,63% um mês antes.
Considerando apenas as 73 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2022 passou de 2,76% para 2,81%. No caso de 2023, houve 73 atualizações nos últimos cinco dias úteis, com variação da mediana de 0,68% para 0,70%.
Contudo, houve queda na projeção para o crescimento do PIB em 2024, de 1,80% para 1,70%. Para 2025, a mediana foi mantida em 2,00%. Quatro semanas atrás, as taxas eram de 1,80% e 2,00%, nessa ordem.
Relação dívida x PIB
O Relatório de Mercado Focus também indicou uma nova melhora na projeção para o superávit primário em relação ao PIB este ano, mas deterioração no déficit esperado para 2023 em meio a discussões fiscais do governo eleito.
O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.
Em relação ao resultado nominal, a mediana se manteve deficitária em 6,00% do PIB este ano e piorou de rombo de 7,75% para 7,88% do PIB em 2023. Há um mês, as medianas eram negativas em 6,30% e 7,70% do PIB.
Houve uma leve melhora na projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2022.
A mediana caiu de 58,00% para 57,52%, contra 58,50% um mês atrás. Em relação a 2023, a estimativa para a dívida líquida em relação ao PIB passou de 61,40% para 60,70%, de 62,95% há um mês.
O mercado também aumentou a estimativa de déficit em conta corrente do balanço de pagamentos em 2022. A mediana deficitária passou de US$ 41,00 bilhões para US$ 42,70 bilhões, contra US$ 32,25 bilhões de um mês atrás.
Para 2023, a projeção para o rombo em transações correntes passou de US$ 38,90 bilhões para US$ 39,45 bilhões. Há um mês, a expectativa era deficitária em US$ 34,00 bilhões.
Selic
Para o fim de 2022, o mercado espera que a Selic (taxa básica de juros) esteja em 13,75% – projeção feita há 22 semanas -, com expectativa de nova manutenção na decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de dezembro.
Considerando apenas as 86 respostas nos últimos cinco dias úteis, a expectativa para o juro básico no fim deste ano também seguiu em 13,75%.
Por outro lado, o mercado financeiro passou a projetar uma taxa Selic terminal maior em 2023. Após 10 semanas de estabilidade, a estimativa subiu de 11,25% para 11,50% ao ano. Considerando apenas as 86 respostas dos últimos cinco dias úteis, a mediana avançou de 11,25% para 11,50% ao ano.
No Copom de outubro, o BC manteve pela segunda reunião consecutiva a taxa Selic em 13,75% ao ano. A autoridade monetária ainda voltou a indicar a estabilidade da Selic nesse patamar por “período suficientemente prolongado”. Mas também manteve o alerta de que, caso a desinflação não ocorra como o esperado, os juros podem voltar a subir.
Atualmente, o horizonte relevante da política monetária considera os anos de 2023 e de 2024. Mas o BC tem dado ênfase ao horizonte seis trimestres à frente, atualmente o segundo trimestre de 2024.
A previsão para a Selic no fim de 2024 continuou em 8,00%, mesmo porcentual de um mês atrás. Já a mediana para o fim de 2025 permaneceu em 8,00%, contra 7,75% de quatro semanas antes.
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