Há exatos 13 anos, no dia 22 de maio de 2010, o programador norte-americano Laszlo Hanyecz anunciou a conclusão com sucesso da primeira transação financeira da história usando bitcoin: em um fórum na internet, o BitcoinTalk, Laszlo disse que iria comprar duas pizzas e pagaria a quem as entregasse 10 mil bitcoins.
Até aquele momento, o bitcoin não tinha valor correspondente em dólar, ou a qualquer outra moeda real no mundo.
Quem recebeu os 10 mil bitcoins foi o então estudante Jeremy Sturdivant, que comprou duas pizzas da rede Papa John’s, por cerca de US$ 25 cada, e mandou entregar na casa de Hanyecz. Se esses 10 mil bitcoins ainda estivessem com Sturdivant, ele possuiría mais de US$270 milhões (R$1,3 bilhão).
A criação do Bitcoin aconteceu em 31 de outubro de 2008, quando Satoshi Nakamoto (pseudônimo do criador do Bitcoin) enviou um e-mail para uma lista de pessoas com interesse em criptografia, dizendo que estava trabalhando em um novo sistema de dinheiro eletrônico peer-to-peer, sem a necessidade da intervenção de terceiros nas transações. Desde então, o BTC se mostrou como o ativo que mais se valorizou.
Nos últimos anos, a adoção ao sistema da principal criptomoeda do mercado cresceu, principalmente entre os institucionais e investidores mais qualificados, conforme destaca Giovanni Rosa, Crypto Researcher na Convex Research.
“Se a gente fizer uma releitura da história do Bitcoin, houve um avanço muito rápido. É bem semelhante ao avanço da internet, que sofreu inúmeras críticas na sua criação, assim como o Bitcoin. E logo após isso a gente viu uma adoção muito grande, que nem a internet. E quando eu falo de adoção eu falo de investidores mais profissionais, de países adotando como moeda de curso legal”, afirmou Giovanni.
O analista pontua que o Bitcoin se mostrou nesses 13 anos como uma alternativa ao sistema tradicional e uma possibilidade para os “desbancarizados”. E essa adoção, em sua visão, será ainda mais intensa daqui para frente.
“Acredito que o Bitcoin vai ser adotado como a internet foi adotada, porque eu observo que o BTC hoje está como se a internet tivesse em 1999/2000, nessa curva de adoção. Daqui alguns anos a gente vai ver as pessoas utilizando Bitcoin sem saber que estão usando Bitcoin, produtos de investimentos atrelados a Bitcoin. Acho que o BTC vai ser um ativo de Banco Central, assim como o ouro é, em casos de proteção”, disse o analista.
Nas próximas décadas, a tendência é que o mundo esteja mais “bitcoinizado”, de forma que a sociedade de forma geral conheça o ativo e, com isso, o implemente na rotina de forma cada vez mais natural.
Giovanni enxerga que ocorrerá uma unificação do Bitocoin com outras plataformas e ferramentas que utilizamos em nosso dia a dia, justamente pelo fato de o ativo oferecer rapidez e dispensar entraves geográficos.
“É um ativo que realmente não precisa de uma autorização de Banco Central pra poder fazer a transação, então você não tem essa barreira geográfica. Você consegue conversar, fazer doações e enviar remessas internacionais de uma forma muito mais eficiente do que a gente observa hoje”, acrescentou.
Do lado das empresas e da tecnologia, Giovanni visualiza a criação de novas soluções e produtos envolvendo o Bitcoin, à medida que ele se torne uma “bandeira de tecnologia”.
“Acho que a adoção também vai partir de novas soluções sendo criadas em cima do Bitcoin, novos produtos. Acho que as empresas de tecnologia vão começar a adotar o Bitcoin e produzir softwares e aplicativos que envolvam Bitcoin. Isso também vai trazer uma adoção muito grande. O Bitcoin vai ser uma como uma bandeira de tecnologia, todas as empresas que trabalharem com Bitcoin, tanto no seu balanço quanto lançando produtos, vão ser como se fosse a Apple hoje em termos de referência tecnológica.”, finalizou Rosa.