Segundo projeções do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), as “incertezas” no cenário global pode fazer com a América Latina e o Caribe enfrentem um ano “difícil” em 2023, com uma estimativa de crescimento econômico de apenas 1%.
A projeção do BID é inferior aos 1,8% de crescimento previstos para a região este ano pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao prognóstico de 1,3% da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe das Nações Unidas (Cepal).
Durante a conferência anual da organização na Cidade do Panamá, Eric Parrado, economista-chefe do BID, apresentou o Relatório Macroeconômico 2023. A assembleia reúne 48 países-membros do Banco, em sua maioria ministros da Fazenda
O encontro começou na quinta-feira (16) com debates entre autoridades, empresários e especialistas, em meio a inquietações após a falência de três bancos nos EUA.
A autoridade explicou que o BID continua otimista de que na região tenha “resiliência para enfrentar esses tipos de choques”.
Quatro dias antes, na quarta (15), o presidente do BID empossado há dois meses, o brasileiro Ilan Goldfajn, afirmou que a América Latina tem um sistema financeiro “muito resiliente e bem administrado”.
Neste mesmo dia, as ações e moedas da região caíram, com os investidores preocupados com a estabilidade do banco suíço Credit Suisse após a falência do Silicon Valley Bank.
Caso a crise bancária não contagie a região, o BID prevê um crescimento de 1% em 2023 e 1,9% em 2024, significativamente abaixo do crescimento de 3,9% em 2022, que foi melhor do que o esperado.
Durante a assembleia de ontem, Parrado disse que as estimativas de crescimento mais baixas se devem em parte à demanda mundial reduzida, preços mais altos de matérias-primas e taxas de juros elevadas para conter a inflação.
Já a fala de Goldfajn apontou que as perspectivas econômicas da região estão ofuscadas por “crises sobrepostas”.
“As perspectivas futuras [da região] são afetadas pelas consequências das crises sobrepostas que enfrentamos: da pandemia [de covid-19] à invasão russa da Ucrânia, com dívidas mais altas e inflação recorde, insegurança alimentar e energética e, é claro, a crise climática”, destacou o chefe do BID, que não mencionou as turbulências no setor bancário.
O presidente do BID finalizou dizendo que os governos devem superar as pragas históricas da pobreza e da desigualdade, aumentar a produtividade e acelerar o crescimento, enquanto enfrentam eventos climáticos mais frequentes, e com recursos escassos”.
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