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BC reconhece risco de desaceleração “mais forte que o antecipado” da economia

O Banco Central reconheceu na última ata do Copom (Comitê de Política Monetária) o risco mais elevado de desaceleração da economia brasileira, que já vem patinando há alguns meses.

“O Comitê avaliou os riscos em torno do cenário de referência para o crescimento em 2022 e 2023. O Comitê ressaltou que o crescimento econômico veio em linha com o que era esperado, mas o aperto das condições financeiras cria um risco de desaceleração mais forte que o antecipado nos trimestres à frente, quando seus impactos tendem a ficar mais evidentes”, afirma o documento que foi divulgado na manhã desta terça-feira (10).

O fato é que a elevação da Selic (taxa básica de juro) tem o objetivo de conter o aumento da inflação, mas acaba provocando outro efeito na economia: a redução no ritmo da atividade.

Os juros mais altos tornam o custo do dinheiro mais caro. Com isso, as empresas tendem a reduzir seus projetos de expansão, o consumo das famílias também diminui e os investidores (e possíveis empreendedores) preferem manter seu dinheiro em aplicações de renda fixa, que pagam um retorno alto – em vez de tomar risco na economia real.

O problema é que ao mesmo tempo em que a atividade vai desacelerando, a inflação permanece elevada.

“Chega um momento em que a atividade mostra mais fraqueza e a inflação ainda não desacelerou. Faz parte do processo [de aperto monetário para conter o avanço dos preços]”, afirmou o economista-chefe da Itaú Asset, Thomas Wu, durante live.

Este processo também é conhecido como estagflação e não está restrito apenas ao Brasil – os EUA e diversos países da Europa também vêm sofrendo com a desaceleração da economia aliada à pressão inflacionária.

No seu último relatório “Boletim Macro”, os economistas da FGV (Fundação Getulio Vargas) destacaram que o FMI (Fundo Monetário Internacional) cortou de 4,2% para 3,6%, a projeção para o crescimento do PIB mundial este ano.

A previsão de crescimento caiu em especial na área do euro, de 3,9% para 2,8%, mas também para os EUA – de 4,0% para 3,7% – o e para a China – de 4,8% para 4,4% – houve queda nas taxas projetadas. O

“Além do conflito entre Rússia e Ucrânia, a necessidade de aperto monetário para combater a elevada inflação global é um dos motivos apontados para essa revisão, para baixo, das projeções de crescimento. De fato, a inflação não tem dado trégua, lá fora e aqui”, afirmam os economistas da FGV.

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