Em relatório divulgado hoje (27), o Banco Central informou que as concessões de empréstimos no Brasil recuaram 15,3% em janeiro ante dezembro. O estoque total de crédito no Brasil caiu 0,3% no mês, ficando em R$5,317 trilhões.
O dado veio em meio a dúvidas no mercado e no governo sobre riscos à saúde do sistema de crédito no país, diante do aperto monetário promovido pelo BC e temores desencadeados pela crise na varejista Americanas.
Em janeiro, as concessões de financiamentos com recursos livres, nos quais as condições dos empréstimos são livremente negociadas entre bancos e tomadores, caíram 13,9% em relação a dezembro.
No caso das operações com recursos direcionados, que atendem a parâmetros estabelecidos pelo governo, a queda foi de 27,1% no período.
Dessa forma, com o forte recuo no mês, as concessões totais acumuladas no trimestre encerrado em janeiro caíram 2,7%. Em 12 meses, o dado avançou 13,9%.
A inadimplência no segmento de recursos livres ficou em 4,5% em janeiro, contra 4,2% em dezembro. Em janeiro do ano passado, o dado estava em 3,3%.
Além disso, com o aperto monetário promovido pelo BC, que também tem observado um aumento nas concessões de crédito em instrumentos de maior risco, as taxas bancárias médias subiram em janeiro.
Os juros cobrados pelas instituições financeiras no crédito livre ficaram em 43,5%, um aumento de 1,8 ponto percentual em relação a dezembro. Em 12 meses, o crescimento foi de 8,2 pontos.
Já nos recursos direcionados, houve alta de 0,3 ponto no mês, a 11,9%, com elevação de 2,2 pontos em 12 meses.
O spread bancário, diferença entre o custo de captação dos bancos e a taxa final cobrada do cliente, subiu para 30,6 pontos percentuais nos recursos livres, contra 28,7 pontos em dezembro.
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