No relatório de inflação referente ao 4º trimestre deste ano, publicado hoje (15), o Banco Central aumentou para 57% a probabilidade de estouro da meta de inflação em 2023.
Segundo o BC, o IPCA do ano que vem (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, a inflação oficial do país) passou a ser previsto de 4,6% para 5%.
A meta de inflação para o próximo ano – definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) – é de 3,25% e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%.
Porém, com o aumento da projeção da inflação para 2023, também subiu a probabilidade de estouro do teto da meta, ou seja, de a inflação ficar acima de 4,75% em 2023.
No mês de setembro, o BC informou que essa probabilidade estava em 46%.
Caso confirmado o não atingimento da meta em 2023, esse será o terceiro ano seguido de estouro. Em 2020, a inflação somou mais de 10%, ultrapassando o teto.
Para 2022, o Banco Central informou que elevou sua projeção de inflação, medida pelo IPCA, de 5,8% para 6%.
A meta de inflação para este ano é de 3,5% e será cumprida se oscilar entre 2% e 5%. Dessa forma, o BC informou que a probabilidade de estouro da meta, ou seja, de nova superação do teto, passou de 93% para “próxima de 100%”.
Pressões inflacionárias
O banco afirmou que, neste ano, as pressões inflacionárias decorreram dos seguintes fatores:
- a pandemia; que gerou a interrupção temporária na oferta de alguns produtos;
- pagamento de recursos extraordinários à população (auxílios temporários);
- guerra na Ucrânia, que gerou alta de combustíveis.
Para o ano que vem, a inflação pode ser impactada, entre outros fatores, pelo possível retorno de tributos federais sobre combustíveis, além de elevação dos gastos orçamentários (por meio da PEC da transição).
Entre em contato com a redação Money Crunch: [email protected]