A ata da reunião das autoridades do Banco Central Europeu, realizada no dia 14 de abril, mostrou a existência de uma preocupação generalizada com a propagação da inflação e defesa da continuação da normalização da política monetária vigente.
Divulgada nesta quinta-feira, a ata da reunião apontou para a confirmação dos planos do BCE para acabar com um esquema de compra de títulos no terceiro trimestre, visto que a inflação subiu a um nível recorde de 7,4%.
Porém, o banco evitou tocar em outros compromissos, como taxas de juros, que permanecem negativas.
Desde que a reunião foi feita, há cinco semanas, o sentimento entre as autoridades mudou consideravelmente, tornando a ata, de certa forma, ultrapassada.
Aqueles que falaram publicamente na reunião estão agora apoiando um aumento da taxa de juros em julho, a primeira alta pelo BCE em mais de uma década, e muitos estão pressionando para elevar sua taxa de depósito para território positivo este ano, que atualmente está em -0,5%.
Na próxima reunião do banco, marcada para o dia 9 de junho, espera-se que o BCE decidirá sobre o encerramento das compras de títulos por volta do meio do ano, além de dar indícios de que seguirá com um aumento dos juros no encontro de julho.
Segundo o banco, era da vontade de algumas autoridades aumentar os juros já em junho, porém, o BCE havia garantido que as compras de títulos não terminarão antes do terceiro trimestre e que as taxas só subirão depois disso.
Dessa forma, o dia 21 de julho está projetado como a a primeira data possível para um aumento das taxas sem quebrar a orientação. Para os mercados, o avanço dos juros está esperado em 1,07 ponto percentual para o resto do ano, ou um pouco mais de um 0,25 ponto em cada reunião a partir de julho.