Segundo declarações feitas na última terça (10) pelo mais novo presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio de Lima Leite, é possível que nos próximos meses algum projeto de produção de chips no país seja anunciado pelo Governo Federal.
“Há empresas que já atuam no setor com interesse em ter fábrica local de semicondutores”, declarou o presidente.
Tendo assumido a presidência da associação na semana passada, Leite já teve duas reuniões com o ministro Paulo Guedes, com participação do presidente Jair Bolsonaro em uma delas, de modo online. Um novo encontro está previsto para a semana que vem ou na seguinte.
À medida em que a a indústria automotiva e a de produtos eletroeletrônicos avançam nas discussões com o governo federal sobre medidas para atrair investimentos na produção local de semicondutores, Leite disse que existe um consenso entre os setores público, privado e acadêmico da urgência em se nacionalizar o componente.
No caso do setor automotivo, a escassez dos chips tem levado fábricas ao redor do mundo todo suspenderem suas produções desde o final de 2020. No Brasil, só neste ano, 14 fábricas – de um total de 59 – paralisaram operações por algum tempo por essa razão.
Para um projeto deste patamar, Leite estima que seriam necessários aportes de até US$ 2 bilhões.
Até 2023, 29 novas fábricas de semicondutores devem começar a produzir na Ásia, nos EUA e na Alemanha, sendo duas ainda este ano.
Apenas no primeiro quadrimestre de 2022, 681,6 mil veículos foram produzidos no Brasil, incluindo caminhões e ônibus – número 13,6% menor do que o de igual período de 2021.
Segundo cálculos da Anfavea, pelo menos 100 mil unidades deixaram de ser fabricadas em razão da escassez de componentes, principalmente microchips. No mesmo período foram vendidas 552,9 mil unidades, o que representa queda de 21,4% ante o mesmo intervalo do ano passado.