Durante a manhã desta segunda (20), as ações dos bancos suíços Credit Suisse e UBS se destacaram entre as perdas no índice pan-europeu Stoxx 600. As quedas vieram pouco depois do UBS garantir um “resgate de emergência” de 3 bilhões de francos suíços (US$ 3,2 bilhões) de seu rival doméstico.
Por volta das 7h (horário de Brasília), os papéis do Credit Suisse caíam 60%, a 0,73 francos suíços, enquanto o UBS tinha baixa de cerca de 10%. No mesmo momento, o índice bancário da Europa caía quase 2%, com bancos como ING, Deutsche Bank e Barclays em baixa de mais de 4%.
UBS compra Credit Suisse
Com o UBS comprando o Credit Suisse, como parte de um acordo para conter o risco de contágio ao sistema bancário global, ele terá mais de US$ 5 trilhões em ativos totais espalhados pelo mundo.
Segundo um comunicado, o Banco Nacional da Suíça (SNB, o banco central do país), a FINMA, principal autoridade de supervisão financeira do país, e o Departamento Federal Suíço de Finanças foram quem iniciaram as conversas e apoiam a transação.
“Esta aquisição é atraente para os acionistas do UBS, mas, sejamos claros, no que diz respeito ao Credit Suisse, este é um resgate de emergência”, disse o presidente do conselho de administração do UBS, Colm Kelleher.
Kelleher afirmou que a transação estruturada vai preservar o valor deixado do Credit Suisse, mas limitará a “exposição negativa” do UBS após as crises enfrentadas pelo banco adquirido.
“Dadas as recentes circunstâncias extraordinárias e sem precedentes, a fusão anunciada representa o melhor resultado disponível”, afirmou o presidente do Conselho de Administração do Credit Suisse, Axel P. Lehmann, em comunicado divulgado no último domingo (19).
Lehmann disse que este tem sido um “momento extremamente desafiador” para o Credit Suisse.
“Embora a equipe tenha trabalhado incansavelmente para resolver muitos problemas legados significativos e executar sua nova estratégia, somos forçados a chegar a uma solução hoje que forneça um resultado duradouro”, acrescentou.
Segundo declaração do próprio UBS, o banco resultante da compra do Credit Suisse será um gestor de líder na Europa, na qual ganhará escala, com ativos investidos de mais de US$ 1,5 trilhão.
“A combinação apoia nossas ambições de crescimento nas Américas e na Ásia, acrescentando escala aos nossos negócios na Europa, e estamos ansiosos para receber nossos novos clientes e colegas em todo o mundo nas próximas semanas”, disse Ralph Hamers, CEO do USB.
Os acionistas do Credit Suisse receberão 1 ação do UBS para cada 22,48 ações do Credit Suisse detidas, equivalente a CHF 0,76/ação por um valor total de 3 bilhões de francos suíços.
O UBS se beneficia de 25 bilhões de franco suíços de proteção contra perdas da transação para apoiar marcas, ajustes de preço de compra e custos de reestruturação, e proteção adicional contra perdas de 50% em ativos não essenciais.
“Ambos os bancos têm acesso irrestrito às facilidades existentes do Banco Central da Suíça, através das quais podem obter liquidez do SNB de acordo com as diretrizes sobre instrumentos de política monetária”, informou o UBS, em comunicado.
A expectativa do UBS é que combinação dos dois negócios gere reduções de custos anuais de mais de US$ 8 bilhões até 2027 e que a transação gere lucro por ação até 2027 e o banco “permaneça capitalizado” bem acima de sua meta de 13%.
No quesito administrativo, o atual presidente do UBS, Colm Kelleher, também será o presidente do conselho de administração. Já o CEO do banco, Ralph Hamers, também ocupará o mesmo cargo na instituição resultante da compra do Credit Suisse.
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