Dados divulgados nesta sexta (5) pela Anfavea (associação das montadoras) mostram que a produção de veículos leves e pesados registrou alta de 33,4% em julho na comparação com o mesmo mês de 2021. A pesquisa inclui carros de passeio, veículos comerciais leves, ônibus e caminhões.
O mês de julho terminou com 218.950 unidades montadas –o melhor resultado desde novembro de 2020 ocorreu em um mês que, em geral, registra baixa devido a períodos de férias.
Com o resultado, a queda acumulada ao longo do ano ficou em 0,2%. O valor representa melhora no cenário, mas mostra ainda o desarranjo da cadeia produtiva global.
No total, as vendas diretas de automóveis de passeio e veículos comerciais leves representaram 51,9% dos emplacamentos, conforme dados da Jato Dynamics Brasil.
Com base no Registro Nacional de Veículos Automotores, foram comercializadas 182 mil unidades no último mês, uma alta de 2,2% sobre junho.
Na comparação com julho de 2021, as vendas cresceram 3,7%. Nos sete primeiros meses de 2022, contudo, há queda acumulada de 12%.
A produção tem se adequado à escassez de componentes, o que traz mudanças nos cronogramas
A Anfavea espera que o segundo semestre termine com uma forte alta na fabricação de veículos em relação ao mesmo período de 2021.
A curva é exatamente o contrário. No segundo semestre do ano passado, era o momento mais grave da crise dos semicondutores
disse Márcio de Lima Leita, presidente da Anfavea
Mesmo com a melhora no fornecimento de componentes, as montadoras acumulam 24 paradas de produção ao longo de 2022, motivadas por falhas no fornecimento de peças.
Entre os fatores que contribuíram para o resultado de julho está a montagem do estoque do novo Citroën C3, que será lançado no terceiro trimestre. A linha de produção se situa cidade de Porto Real (RJ) e faz parte do grupo Stellantis.
O carro já deveria estar no mercado, mas correram atrasos no lançamento devido à falta de semicondutores.
A Honda é outra marca que está em busca de acelerar sua produção. O novo HR-V chega às concessionárias em breve, visto que a montadora abriu o período de pré-venda.
O mercado, apesar de um crescimento, percebemos um maior volume de vendas para
afirmou o presidente da Anfavea
frotistas.
Leite explicou que não se trata de uma diferença muito grande em relação aos meses anteriores, mas é necessário ter atenção a esse indicativo diante das dificuldades no varejo.
A alta de juros e a restrição ao crédito gera dificuldades, o setor depende muito do
crédito.
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