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Desemprego no 2º tri cai para menor nível desde 2015, a 9,3%

Segundo dados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), divulgados hoje (29) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) a taxa de desocupação no trimestre de abril a junho ficou em 9,3%, o menor patamar para o período desde 2015.

O resultado foi melhor que o esperado pelo mercado, pois o consenso Refinitiv projetava uma taxa de desocupação de 9,4%.

A pesquisa apontou que a população desocupada está em 10,1 milhões de pessoas, o que representa 1,9 milhão de pessoas a menos do que no período anterior.

Já a população ocupada é de 98,3 milhões, alta de 3,1% frente ao trimestre anterior. Este foi o maior contingente desde o início da série histórica da pesquisa, em 2012.

Segundo Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisa por amostra de domicílios do IBGE, o movimento é similar ao de outros anos.

“A retração da taxa de desocupação no segundo trimestre segue movimento já observado em outros anos. Em 2022, contudo, a queda mais acentuada dessa taxa foi provocada pelo avanço significativo da população ocupada em relação ao primeiro trimestre”

disse a coordenadora em nota

A taxa de desocupação foi estimada em 9,8% no trimestre encerrado em maio, também a menor para o período desde 2015.

Aumento da informalidade

A taxa de informalidade foi de 40,0% da população ocupada, contra 40,1% no trimestre anterior e 40,0% no mesmo trimestre de 2021

O número de pessoas no mercado informal foi o maior desde o início da série histórica, ficando em 39,3 milhões.

Neste grupo, estão incluídos os trabalhadores sem carteira assinada, empregadores por conta própria sem CNPJ e trabalhadores familiares auxiliares.

“Nesse segundo trimestre, houve a retomada do crescimento do número de trabalhadores por conta própria sem CNPJ, que havia caído no primeiro trimestre. Além disso, outras categorias principais da informalidade, que são os empregados sem carteira no setor privado e os trabalhadores domésticos sem carteira, continuaram aumentando”

analisou Adriana Beringuy

A coordenadora destacou que o avanço desse tipo de trabalho está relacionado ao fim das medidas de isolamento para conter a Covid-19.

“Podemos observar que parte importante dos serviços, como os serviços pessoais prestados às famílias, tem grande participação de trabalhadores informais e está influenciando essa reação da ocupação. Isso também tem ocorrido na construção, setor com parcela significativa de informais”

Queda do rendimento médio

No período, o rendimento médio foi de R$ 2.652, estável em relação ao trimestre anterior, mas 5,1% menor desde o início de 2022. Já a massa de rendimento real habitual (R$ 255,7 bilhões) cresceu 4,4% frente ao trimestre anterior e 4,8% na comparação anual.

“Embora não haja aumento no rendimento médio dos trabalhadores, houve crescimento da massa de rendimento porque o número de pessoas trabalhando é bastante elevado”.

explica Beringuy

Pnad x Caged

Ontem, o Ministério do Trabalho divulgou os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), que mostraram que o país criou 277 mil novas vagas em junho.

Esta pesquisa, contudo, abrange apenas contratos regidos pela CLT. Então, as próprias empresas preenchem as informações em um sistema próprio.

Já o Pnad, feito pelo IBGE, consiste em uma análise mais ampla, compreendendo, inclusive, o mercado de trabalho informal. O levantamento é feito com entrevistadores, que perguntam a uma amostra da população sobre sua situação de trabalho.

A amostra da pesquisa por trimestre no Brasil corresponde a 211 mil domicílios pesquisados. Cerca de dois mil entrevistadores trabalham na pesquisa, em 26 estados e no Distrito Federal.

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