Nesta terça-feira (26), em relatório a Moody’s cortou as previsões para o crescimento da economia dos Estados Unidos neste ano e para o próximo. A revisão é resultado da política monetária cada vez mais restritiva para conter a escalada da inflação.
Segundo a agência, desaceleração da atividade reflete fatores fora do controle do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), como gargalos de oferta e avanço dos preços de energia.
No relatório, a instituição reduziu a projeção para alta do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA em 2022 de 2,8% a 2,1%, e em 2023, de 2,3% a 1,3%. A análise apontou que a taxa de desemprego deve subir do “baixo nível” atual de 3,6% a 4,0% no ano que vem, por conta do enfraquecimento do ritmo de contratações e aumento na força de participação no mercado de trabalho.
Ainda, a Moody’s prevê que a inflação ao consumidor seguirá elevada, mas arrefecerá da taxa anual de 9,1% em junho a 7,0% no final deste ano e a 2,3% no fim de 2023.
Sem risco de entrar em recessão
Embora o aperto da política monetária do Fed deve desacelerar o crescimento econômico dos EUA, a Moody’s não prevê o país entrando em um quadro de recessão.
“No geral, a força fundamental da economia desmente a ideia de que uma recessão é iminente ou um cenário já garantido”
explicou o relatório
Porém, a instituição entende que a desaceleração na atividade é necessária para que haja um modelo de crescimento mais sustentável. A volatilidade macroeconômica deve persistir ao longo do ano, com oscilações bruscas nos indicadores.
“Resta saber se os fundamentos atualmente fortes ajudam o economia a aguentar o aperto monetário em curso e resistir a choques externos”.
Além disso, a Moody’s acrescente que, apesar dos riscos, os EUA ainda podem evitar um cenário de estagflação, isto é, período prolongado de crescimento econômico lento combinado com inflação elevada.
O contexto atual é diferente da década de 1970, visto que a taxa de desemprego segue baixa e há mais clareza sobre a eficácia da política monetária.