Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a população brasileira se mostrou mais propensa às compras durante o mês de junho, visto que a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) cresceu 2,9% em relação a maio.
Avançando pela sexta vez consecutiva, o indicador alcançou 80,2 pontos, maior patamar desde maio de 2020, quando estava em 81,7 pontos. Na comparação com junho de 2021, o ICF cresceu 18,8%.
“O indicador cresceu em todos os meses do ano, apesar da inflação e dos juros mais altos. Isso pode ser atribuído às medidas de suporte à renda e à evolução positiva do mercado de trabalho. No primeiro semestre, o avanço na intenção de consumo foi de 10,1%”
disse a CNC em relatório
Embora tenha apresentado melhora, a Intenção de Consumo das Famílias permanece na zona de insatisfação, abaixo dos 100 pontos.
Todos os sete componentes investigados registraram expansão na passagem de maio para junho:
- Perspectiva Profissional: alta de 5,4% em junho ante maio, para 99,9 pontos;
- Renda Atual: alta de 3,5%, para 91,6 pontos;
- Acesso Ao Crédito: alta de 1,9%, para 82,4 pontos;
- Nível de Consumo Atual: alta de 1,2%, para 61,5 pontos;
- Perspectiva de Consumo: alta de 2,4%, para 77,4 pontos;
- Momento para Compra de Bens Duráveis: alta de 1,4%, para 40,9 pontos.
Segundo a CNC, o mercado de trabalho continuou subsidiando o avanço no consumo, mas a elevação dos juros já desacelera o desempenho do acesso ao crédito.
Os dados da pesquisa mostram ainda diferenças na intenção de consumo de homens e mulheres, assim como entre faixas de renda. O ICF entre homens foi de 82,2 pontos em junho, ante um patamar de 75,8 pontos entre as mulheres.
Na análise por poder de compra, as famílias com rendimentos mensais acima de 10 salários mínimos tinham um ICF de 94,3 pontos, ante um resultado de apenas 77,3 pontos entre as famílias que recebiam até 10 salários mínimos por mês.
“No entanto, o aumento da intenção de consumo das famílias de menor renda foi mais intenso em 2022. Esse movimento ratifica os efeitos dos programas de renda e da melhora do mercado de trabalho, tendo em vista que as escolhas de consumo nas classes mais baixas são mais influenciadas pelas flutuações econômicas, por conta de o orçamento familiar ser mais apertado”
apontou o estudo da CNC