Durante uma entrevista coletiva realizada nesta quinta-feira (23), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que está preparada para atuar como órgão regulador do mercado de criptomoedas no Brasil.
A inclusão do BC como regulador já está prevista no Projeto de Lei que tramita no Congresso sobre o tema – e com expectativa de votação nos próximos dias. Para o mercado, a expectativa é que o próprio banco seja o encarregado. Mas, a partir de agora, o Bacen passa a se colocar nesse papel.
Quando questionado se a entidade se sente pronta para assumir a função de regulador, Campos Neto disse que sim, mas ressaltou que “globalmente os Bancos Centrais ainda estão em fase de aprendizagem” e que ainda um longo caminho regulatório terá que ser percorrido.
“Acho que a gente tem um trabalho amplo para ser feito. Esse PL é um marco inicial, a gente fala de como regular as corretoras. Temos ainda um caminho bastante longo para percorrer em termos de regulação de criptomoedas”
declarou o presidente do BC
Na coletiva, o presidente também contou que tem conversado bastante sobre o tema com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e com o novo presidente da entidade, João Pedro Barroso do Nascimento, que assume o comando do órgão no dia 18 de julho.
“É um processo globalmente falando onde os Bancos Centrais ainda estão em fase de aprendizagem, uma vez que o mercado está se desenvolvendo. Esse mercado está interagindo com o mundo de Finanças Descentralizadas em formas diferentes, então é um pouco de fazer uma regulação futura, uma regulação hoje olhando como vai ser o mercado no futuro e o Banco Central está preparado”
disse Campos Neto sobre as regulações
Sobre o projeto do Banco Central para regular a atuação de corretoras no mercado de criptomoedas, apresentado no dia 31 de maio, Campos Neto afirmou:
“No nosso PL a gente vai começar a regular as corretoras. Antes não estava sob regulação do Banco Central. Agora nós vamos regular as corretoras. E regulando as corretoras a gente vai saber se tem lastro ou não. Também vamos pedir que as corretoras tenham uma sede no Brasil. Nós gostamos das duas versões [a que foi para o Senado e a que voltou para a Câmara]. A gente ainda vai ter um outro projeto em cima desse, para melhorar”,