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Especialistas explicam o colapso da Terra (Luna) e a queda do Bitcoin

A criptomoeda Terra (Luna) desabou nos últimos dias, perdendo quase todo seu valor de mercado em um curto período. Depois de chegar ao topo de US$ 120, o ativo despencou e nesta sexta-feira já estava valendo apenas uma fração de centavos.

O colapso afetou outros criptoativos, incluindo o Bitcoin, que enfrentou quedas acentuadas nas últimas semanas.

Durante live realizada na última quinta-feira (12), Thata Saeter, diretora de operações da Convex Research, e Edilson Osório, CTO da casa de análise, comentaram sobre o colapso da Terra (Luna) e a queda recente do BTC. Clique aqui para assistir à live completa.

Para compreender o que aconteceu, em primeiro lugar é importante entender que o projeto Terra Luna é um blockchain completo que possui a stablecoin Terra (UST) e a criptomoeda Terra (Luna), utilizada para contrabalancear o preço da UST.  Isso permite que a stablecoin permaneça estável em um dólar, característica deste tipo de ativo.

Funciona assim: sempre que a Terra (UST) está acima de 1 dólar, é feita a queima de Terra (LUNA) e criação de mais UST. Quando a Terra (UST) está abaixo de 1 dólar, acontece a queima de UST para a criação de mais Terra (LUNA).

Lembrando que queima é o nome dado para a retirada de circulação do ativo de forma intencional, para estabilizar sua cotação no mercado.

“O protocolo tem essa mecânica de smart control (controle inteligente)”, afirma Edilson Osório.

Nos últimos dias, movimentos de mercado fizeram com que a Terra (UST) perdesse sua paridade com o dólar, caindo vertiginosamente para a casa de centavos. Para conter a falta de lastro do UST com o dólar, a emissão de Terra (LUNA) explodiu, entrando em uma “espiral da morte” de aumento de supply (quantidade de ativos que estão disponíveis no mercado).

Na esteira do movimento, o Bitcoin registrou perdas acentuadas. Segundo especialistas ouvidos pelo Money Crunch, isso aconteceu por dois motivos:

O primeiro é que a Luna Foundation havia comprado 42mil bitcoins para servir de reserva caso acontecesse algum problema no algoritmo. Quando a queda da criptomoeda começou,  houve uma venda maciça de BTC para tentar conter o movimento.

A segunda razão pode ser explicada pelo “Efeito medo” no ecossistema. Quando acontece um evento dessa magnitude  parte dos investidores do mercado de cripto ficam amedrontados e preferem encerrar suas posições – mesmo que tenham que realizar prejuízos.

Edilson Osório aponta que os experimentos do mercado cripto como a Terra (Luna) estão sujeitos a esse tipo de revés. “A inovação pode ou não dar certo. A maior parte das inovações dá muito errado antes de realmente funcionarem”, destaca.

Para Thata Saeter, tudo o que acontece nesse ecossistema deve ser encarado como uma fonte de informação e aprendizado. “Se o projeto conseguir se recuperar, poderá incorporar ao protocolo aquilo que não deve ser feito”, afirma.

A especialista ainda destaca que o investidor do mercado de criptomoedas tem a obrigação de se atentar aos fundamentos e fazer um bom gerenciamento de riscos. Além disso, é preciso ter perfil para lidar com as perdas de curto prazo.

“Vemos investidores ‘jogando a toalha’ em momentos de baixa. Mesmo atentos aos fundamentos e entendendo os cenários e ciclos do mercado, muitos não conseguem lidar com a volatilidade”, alerta a diretora da Convex.

Assista à live completa:

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