Dados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), divulgada nesta sexta (29) pelo IBGE, mostram que a taxa de desemprego no Brasil foi de 11,1% no 1º trimestre deste ano, mantendo a estabilidade em relação ao trimestre anterior.
Na comparação anual, a taxa apresentou queda, saindo de 14,9%. Desde 2016, o valor atual é o menor para primeiros trimestres.
Segundo Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, a estabilidade se deve ao fato de a busca por trabalho não ter aumentado no trimestre analisado.
“Se olharmos a desocupação em retrospecto, pela série histórica da pesquisa, podemos notar que, no primeiro trimestre, essa população costuma aumentar devido aos desligamentos que há no início do ano. O trimestre encerrado em março se diferiu desses padrões”
Embora o desemprego tenha diminuído, a Pnad Contínua mostrou que a renda média do trabalhador recuou 8,7% ante 2021. Em comparação com o 4º trimestre do ano passado, esse valor aumentou 1,5%.
Quando comparada com o 4º trimestre de 2021, a taxa de ocupação da população recuou 0,5%, totalizando 95,3 milhões – 472 mil pessoas a menos no mercado de trabalho. Porém, esse índice apresentou crescimento de 9,4% ante o 1º trimestre de 2021 – o que significa a entrada de 8,2 milhões de pessoas.
Variação no rendimento
O rendimento médio real do brasileiro no começo de 2022 se mostrou 1,5% maior em relação ao trimestre encerrado em dezembro do ano passado, sendo estimado em R$ 2.548 pelo IBGE.
Por outro lado, este rendimento é 8,7% menor do que aquele registrado no mesmo período em 2021.
“Esse aumento é importante, se considerarmos que esse indicador vinha em queda desde o segundo trimestre do ano passado. De modo geral, quando a participação dos trabalhadores formais aumenta, o rendimento médio da população ocupada tende a crescer”
explicou a coordenadora
A estabilidade foi observada apenas na massa de rendimento em relação ao trimestre anterior, estimada em R$237,7 bilhões.
Aumento da taxa de informalidade
Entre a população ocupada, a taxa de informalidade foi de 40,1%, o que equivale a 38,2 milhões de trabalhadores sem carteira assinada.
No 4º trimestre de 2021, este valor estava em 40,7%, já no começo do ano, 39,1%.
Subutilização e desalento
Em relação ao trimestre anterior ao começo de 2022, a população subutilizada- aquela que está desempregada, que trabalha menos do que poderia, que não procurou emprego mas estava disponível para trabalhar ou que procurou emprego mas não estava disponível para a vaga é 5,4% menor, totalizando 26,8 milhões de pessoas.
Já o contingente de desalentados – aqueles que desistiram de procurar trabalho – caiu 4,1% ante o trimestre anterior e 22,4% em relação ao mesmo trimestre de 2021. Em números, isso significa uma redução de 1,3 milhão em um ano.