A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), feita pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), indicou que o nível de atraso nos pagamentos na cidade de São Paulo atingiu o maior desde o início da série, em 2010.
Atualmente, 23,1% das famílias da capital paulista estão com dívidas em seu orçamento, valor recorde nos últimos 12 anos.
Em âmbito nacional, esse percentual passa para 74,3%.
A Peic demonstrou que 927 mil lares contam com contas em atraso, número que simboliza uma diferença de 55 mil a mais em comparação com fevereiro e 194 mil acima daquele registrado há um ano.
Técnicos da federação explicam e a limitação das compras em decorrência do aumento da inadimplência ditará um ritmo mais fraco nas vendas no primeiro semestre.
“Em termos absolutos, 374,7 mil vão precisar renegociar com bancos, financeiras e lojas para evitar multas e juros elevados, que já agravam a situação, pois há mais incidência de taxas, e, consequentemente, sobram menos recursos para o consumo diário”.
No caso de famílias que afirmam não possuir recursos para quitar as dívidas, a parcela é de 9,4% – o maior nível desde outubro de 2018.
O cenário de endividamento é observado, majoritariamente, em famílias com rendas inferiores a dez salários-mínimos. A taxa é de 77,2%.
Porém, neste relatório em específico observou-se uma exceção: o endividamento e inadimplência bateu recordes históricos em famílias com renda superior a dez salário mínimo.