Os índices de confiança calculados pela FGV (Fundação Getulio Vargas) iniciaram o ano em queda, mostrando que vários setores da economia ainda enfrentam dificuldades e tanto empresários quanto consumidores possuem certo grau de ceticismo.
“O resultado sugere desaceleração da atividade econômica sob influência da chegada de uma nova onda de Covid-19, com a variante Ômicron, com impacto especial nos setores de serviços presenciais, que antes disso sustentavam saudável recuperação’, afirmam os economistas Aloisio Campelo, Rodolpho Tobler e Viviane Seda Bittencourt, que assinam o Boletim Macro mais recente divulgado pela entidade.
De acordo com a FGV, em fevereiro, houve continuidade da tendência de queda da confiança empresarial e alguma recuperação da confiança do consumidor. O ICE (Índice de Confiança Empresarial) preliminar caiu 1,8 ponto e o ICC (Índice de Confiança do Consumidor) subiu 3 pontos.
Apesar da sinalização positiva para consumidores em fevereiro, o índice de confiança ainda gira em um patamar extremamente baixo.
Segundo a FGV, a cautela com relação a essa possível recuperação do consumidor se justifica por diversos fatores.
“Primeiro, como falado anteriormente, pelo patamar. Mesmo com a alta na prévia, o ICC ainda se encontra mais de 10 pontos abaixo do nível anterior à pandemia. Outro ponto importante é o contexto macroeconômico deste primeiro semestre, com inflação e desemprego elevados, juros e endividamento das famílias em alta e renda em queda”, afirmaram os economistas.
Já a confiança do setor de serviços, que havia demorado mais a reagir após a chegada da pandemia, também passou a registrar quedas – o que que pode ser exemplificado por medidas como o adiamento do carnaval em muitas cidades e pelo retorno de medidas restritivas em algumas delas.
“É relevante notar que a confiança do setor de serviços vinha se recuperando bem mais rapidamente desde o segundo trimestre do ano passado, sustentada pela retomada dos segmentos que demandam mais a presença física dos consumidores, como bares, restaurantes, e atividades turísticas”, pontua a FGV.
A conclusão da equipe de economistas é que os primeiros resultados de 2022 retratam um cenário delicado nos índices de confiança.
“As empresas mantêm o quadro de desaceleração e os consumidores ensaiam uma reação, mas ainda muito tímida perto do que seria necessário para se considerar uma retomada. É difícil imaginar que no curto prazo ocorra um retorno aos níveis de confiança médios observados após a segunda onda de covid-19, no ano passado, porque o cenário macroeconômico ainda se mostra desfavorável”, alertam.
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