Indicador mostra desaceleração da atividade econômica nos EUA e no Brasil

* Por Renan Zanella

O PMI é uma sondagem realizada junto aos gerentes de compra do setor privado, considerado um dos relatórios mais relevantes do setor. O instituto responsável pelo indicador envia um questionário para os executivos mensalmente e com base nas respostas sobre novas ordens, produção, emprego, velocidade de entrega e estoques surge o Purchasing Managers Index (PMI), um indicador de difusão, no qual as mudanças são calculadas baseadas no resultado do mês anterior.

Os dados fornecidos por gerentes de compra são importantes para o mercado pois possuem a capacidade de antecipar o nível de atividade econômica, por isso o PMI é conhecido como um indicador antecedente.

O setor industrial necessita de muitos suprimentos para produzir seus produtos. Os responsáveis pela compra desses materiais são os gerentes de compra. Logo, quando a demanda por produtos aumenta, os gerentes precisam rapidamente responder com novas ordens para a compra de materiais. Esse aumento ou declínio de novos pedidos prenuncia o pulso da economia.

Resultados do PMI acima de 50 representam expansão na indústria enquanto resultados abaixo de 50 sinalizam contração. Entretanto, além do número absoluto, é importante identificar a tendência e itens específicos trazidos no relatório oficial.

O PMI é divulgado pelo Institute for Supply Management (ISM) e pelo IHS Markit. Enquanto o primeiro possui um foco em empresas multinacionais, o segundo abrange um número mais representativo de empresas de diferentes tamanhos.

EUA

O ISM PMI® doa EUA caiu para 57.6, 1.2 abaixo da leitura de dezembro.  O Índice de novos pedidos foi de 57.9, ainda uma região de expansão, mas bem abaixo do resultado de 61 visto em dezembro, sinalizando uma contínua desaceleração.

O PMI da Markit também caiu para 55.5, o menor patamar desde outubro de 2020 em meio a desaceleração da demanda e piora da cadeia de suprimento. O item de novos pedidos subiu no ritmo mais lento desde setembro de 2020. 

BRASIL

Em consonância com a sinalização dos indicadores de alta frequência utilizados no relatório VISA, os dados PMI da IHS Markit Brasil destacaram outra deterioração nas condições do setor industrial brasileiro, que caiu de 49,8 em dezembro para 47,8 em janeiro. Os índices de novos pedidos e de produção se contraíram à taxa mais rápida em 20 meses

Os comentários de Pollyanna de Lima, diretora da ISH Markit corroboram o cenário apresentado pela Convex:

“Em alguns casos, as empresas sugeriram que a demanda foi limitada pela inflação elevada e a decorrente redução do poder de compra dos consumidores. As empresas também compraram menos insumos, uma vez que os preços de matérias-primas continuaram a aumentar, e cortaram postos de trabalho em meio a iniciativas de redução de custos. Um dado encorajador, contudo, é que as pressões inflacionárias diminuíram em janeiro. Tanto os custos de insumos quanto a inflação da produção aumentaram ao ritmo mais lento em 19 meses, permanecendo, ainda assim, entre os mais elevados jamais vistos em 16 anos de pesquisa.”