Em momentos euforia ou melancolia generalizada dos mercados, a cobertura jornalística muitas vezes tende a se contaminar pelo sentimento pertencente às manadas, e, com isso, gerar conteúdos que não necessariamente refletem o que realmente está acontecendo.
Richard Rytenband, economista e CEO da Convex Research, destacou em entrevista as capas da revista Veja cujas manchetes confundiram os investidores e se mostraram atrasadas nas informações.
1. Maio de 1971: “A Multiplicação do dinheiro”
Diferentemente do cenário que a capa demonstrava, com um sentimento muito grande de euforia sobre o comportamento da bolsa, logo após este momento o mercado enfrentou uma das piores quedas de todos os tempos.
Com as ações muito acima de seus reais valores e a economia brasileira deteriorada, a bolsa permaneceu em queda por muitos anos seguintes.
2. Fevereiro de 1983: “A Superinflação de janeiro”
Em meio à crise instaurada no cenário econômico, as previsões para o mercado eram de piora, fazendo com que muitos investidores se mantivessem distantes do mercado de capitais.
“Era uma situação que se você falasse que iria comprar ações na bolsa, alguém ia te bater. Mas era o grande fundo que quem entrasse, ia multiplicar o capital”, contou Richard.
Sendo assim, a realidade rumou para uma situação totalmente oposta. O mercado atingiu uma alta histórica durante aquele ano.
3. Abril de 1986: “O que está acontecendo na bolsa”
Com a euforia novamente generalizada após o pico de alta – resultando em 3 anos de otimismo econômico no mercado – os investidores não se prepararam para mais um momento de reversão, com uma queda brusca.
4. Dezembro de 1990: “O Ralo da recessão: o Brasil já consome menos sapatos, roupas e comida, as demissões crescem e o PIB afunda”
Segundo Richard, o investidor que, naquele determinado momento, não se atentou a sinais diferentes daqueles que estavam sendo reforçados pela maior parte da cobertura jornalística e por outros indivíduos, perdeu uma grande oportunidade de compra na bolsa.
Após aquele mês, o mercado contou com uma nova alta inesperada.
5. Junho de 1997: “As ações fazem a festa: quem investiu na bolsa ou em fundo de ações ganhou até 60% neste ano”
A época de entusiasmo foi novamente abatida com o advento da crise asiática, crise russa e, em 1999, crise da desvalorização das ações.
Neste momento, diversos investidores se prejudicaram devido à aplicações passadas muito concentradas em ações.
6. Julho de 2000: “Os ricos”
A capa traduz da melhor forma como a euforia fez os investidores se deslumbrarem de forma exagerada.
Com a alta na bolsa brasileira, muitos indivíduos focaram em enxergar apenas para os ruídos. O que não estavam contando era com a queda do mercado logo em seguida.
7. Dezembro de 2002: “Ele Voltou”
A cobertura foca sobre o retorno da inflação para o cenário econômico brasileiro, fazendo com que diversas pessoas retornassem para uma visão pessimista e contracionária.
O mercado subiu novamente após esse momento de crise.
8. Maio de 2008: “Como ganhar na bolsa”
Outra capa que demonstra o sentimento de euforia sobre os mercados. Mas, foi bruscamente revertida, já que logo após de seu lançamento, a economia mundial enfrentaria uma das piores crises da história.
9. Outubro de 2008: “O tamanho do estrago”
Richard pontuou que especificamente em fevereiro de 2009, o mercado contava com um grande ponto de comprar, mas que não foi notado por uma boa parte dos investidores.
Após os prejuízos da crise de 2008, os mercados globais passaram a tentar se recuperar do baque.
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