Há pouco mais de 30 anos, quando começaram a surgir os primeiros computadores pessoais, era difícil imaginar tudo que aconteceria depois. Transações bancárias instantâneas, videochamadas, jogos online, entre diversos outros recursos que estão disponíveis com um único clique do mouse.
Assim como no início da internet, o mundo das criptomoedas vem ganhando cada vez mais espaço e sendo percebido como uma evolução natural do dinheiro.
“Apesar de muitas pessoas acharem irreal e ainda questionarem como uma moeda digital pode representar o seu dinheiro, esse é um processo natural da evolução das moedas. Estamos vivendo uma transformação tecnológica e o bitcoin faz parte disso. Quem se lembra do começo da internet, quando achávamos que seria impossível fazer operações bancárias com segurança, até mesmo pelo celular. Hoje ninguém vive sem isso”, afirmou Thata Saeter, diretora de operações da Convex Research, durante live no canal EconoMirna do Youtube realizada na última semana.
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Prova disso é que, apesar de ainda haver alguns países e empresas que se mostram resistentes ao bitcoin e outras criptomoedas, grandes instituições já perceberam a importância desse mercado e seguem investindo no setor.
No final de junho, o Morgan Stanley informou a compra de 28.289 cotas do fundo de investimentos em bitcoin da Grayscale. A aquisição foi feita por meio do fundo Europe Opportunity Fund.
Em março, Morgan tinha se tornado o primeiro dos grandes bancos norte-americanos a disponibilizar aos clientes a exposição a bitcoin por meio de fundos externos.
No ano passado, grandes instituições como o JP Morgan e o Goldman Sachs também anunciaram a entrada no mundo dos criptoativos.
O JP criou uma unidade blockchain chamada Onyx e lançou o token JPM Coin. Já o Goldman Sachs relançou sua plataforma de negociação de criptomoedas para fornecer exposição ao bitcoin para seus principais clientes.
Um outro caso emblemático vem de El Salvador, que em junho desse ano se tornou o primeiro país do mundo a aceitar o bitcoin como moeda de curso oficial.
Importante para diversificação
A inflação vem corroendo o patrimônio dos brasileiros ao longo dos últimos anos e o processo se acentuou no último ano. O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação oficial do país acumula alta de mais de 8% em 12 meses.
Ainda mais preocupante, o IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado), já registra inflação de mais de 33% no mesmo período.
Por isso, Thata afirma que é interessante ter ao menos uma pequena parcela do capital em bitcoin, que funciona como uma reserva de valor e protege o patrimônio dos efeitos nocivos da inflação de preços.
“Acho que vale a pena ter pelo menos uma pequena parcela do portfólio em bitcoin, mesmo que seja apenas 1% da carteira. Não precisa comprar 1 bitcoin. Você pode ir comprando aos poucos, em frações. É uma forma de você proteger um pouco o seu patrimônio, que vem sendo dilapidado ao longo do tempo”, afirmou a diretora de operações da Convex.