Quando analisamos um investimento, é comum observarmos o seu retorno em determinado período e compararmos este rendimento com o de outras aplicações.
Este tipo de avaliação tem um problema: ela considera apenas a fotografia dos números finais, sem levar em consideração o risco que o investidor correu ao optar por uma aplicação específica.
Por isso, especialistas procuram observar também o retorno ajustado ao risco, que confirma se as unidades de retorno compensaram pelo risco assumido.
Usando esta comparação, um estudo conduzido pela Bloomberg mostra que o Bitcoin foi o ativo que teve o melhor retorno ajustado ao risco na última década.
Para chegar a esta conclusão, existem diversas metodologias, como o famoso índice Sharpe, que busca entender quanto retorno foi obtido em relação a um ativo livre de risco (como títulos do governo atrelados à SELIC), considerando ainda a volatilidade como medida de risco assumido.
Outra forma aprimorada é o índice Sortino, que apesar do cálculo similar, considera apenas a volatilidade “ruim” do ativo (aquela apresentada durante as quedas), deixando de fora a volatilidade “boa” que proporciona retornos ao investidor.
No estudo da Bloomberg, o índice Sortino foi utilizado para observar o retorno ajustado ao risco de diversas aplicações. Na última década – considerando o período entre 2013 e 2022 -, o Bitcoin teve o melhor desempenho entre todos os investimentos utilizados no comparativo, como o S&P 500, o Nasdaq, o portfolio 60/40 ou as commodities.
Veja abaixo o levantamento completo:
Como é possível observar nas tabelas, não foi apenas no período de 10 anos que o Bitcoin se saiu melhor. Quando analisamos outros dois ciclos, de 2017 até 2022 e de 2020 até 2022, a principal criptomoeda do mercado também apresentou um desempenho melhor em relação ao risco.
“Ambas as métricas (Sharpe e Sortino) demonstram que o Bitcoin é um ativo indispensável no portfólio de um investidor e/ou de algum gestor. Os números apenas ratificam o potencial do Bitcoin de trazer convexidade, de forma elegante, ao portfólio”, afirma Giovanni Rosa, analista de criptomoedas da Convex Research.
Evolução do Bitcoin
Em live realizada na última quinta-feira (13), o analista também destacou a evolução do Bitcoin desde a sua criação. “Ele segue uma linha parecida com a de adoção da internet. No início, a maioria das pessoas tinham medo de investir. Com mais conhecimento, isso foi sendo desmistificado. Já observamos institucionais entrando e alguns bancos centrais produzindo papers para ensinar as pessoas sobre o Bitcoin”, afirmou.
Outro ponto destacado pelo analista é o fato de o próprio protocolo da criptomoeda avançar e se aperfeiçoar à medida em que o tempo passa. “No início, não tínhamos soluções que existem hoje. Houve um avanço de tecnologia, os desenvolvedores criaram a Lightning Network, a segunda camada do Bitcoin que soluciona esta questão de taxa. Hoje é possível comprar um cafezinho com bitcoin sem precisar esperar vários minutos para que a rede confirme a transação. Em Lugano, na Suiça, você pode ir no Mc Donald’s e pagar com o BTC. Marcas como a Gucci também já adotaram como forma de pagamento”, destacou.