O Índice Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês) industrial do Brasil atingiu 49,2 pontos em fevereiro, ficando acima dos 47,5 registrados em janeiro. Porém, permanece abaixo da linha neutra de 50 pontos, que separa o cenário de expansão e contração.
A pesquisa da S&P Global, publicada nesta quarta-feira (1º), indicou que houve uma deterioração sustentada da demanda em fevereiro, levando as empresas a reduzir o número de funcionários, diminuir os níveis de compras e esgotar os estoques de insumos.
Aberturas
Entre os componentes do PMI, a entrada de novos negócios apresentou uma queda mais branda, de forma que diversas empresas citaram o recuo nas vendas às fracas condições de demanda e à incerteza do cliente em relação à economia.
Paralelamente, houve relatos de aumento nas carteiras de pedidos, associado à melhora na demanda por itens específicos. A taxa geral de redução foi superficial e a mais fraca no atual período de cinco meses de queda, apontou a S&P Global em relatório.
O índice de produção caiu para a menor taxa na atual sequência de quatro meses de redução. Em empresas onde uma contração foi relatada, citou-se vendas fracas e preocupações com políticas públicas.
A demanda externa por produtos brasileiros apresentou forte deterioração, muito por conta de desafios de estabelecer preços competitivos nos mercados internacionais.
Inflação e custos
Os custos de matérias-primas cresceram ainda mais em fevereiro, na ótica dos fabricantes brasileiros. A alta foi associada à desvalorização do real.
No entanto, estabilizando a partir de janeiro, a taxa de inflação esteve entre as mais fracas registradas em mais de cinco anos e meio. Como tem sido o caso desde dezembro passado, o índice de preço de bens finais subiu apenas superficialmente em fevereiro. Assim, a taxa de inflação permaneceu abaixo da média de longo prazo.
afirma um trecho do relatório divulgado pela S&P Global.
Por conta da escassez de novos trabalhos, as empresas não conseguiram comprar insumos adicionais durante o1º trimestre, fazendo com que os níveis de compra caíssem de forma consistente, porém, no o ritmo mais fraco em quatro meses.
Uma consequência positiva foi a redução de prazos de entrega, uma vez que a demanda de insumos estava fraca e havia melhor disponibilidade de estoque entre os fornecedores.
Os dados de fevereiro continuaram mostrando uma falta de pressão sobre a capacidade dos fabricantes, uma vez que os volumes de negócios pendentes caíram ainda mais. A taxa de redução dos pedidos em atraso esteve entre as mais acentuadas já registradas. Paralelamente, houve outra rodada de redução de postos de trabalho. No entanto, o emprego de modo geral caiu apenas parcialmente.
apontou a pesquisa
Expectativas
A pesquisa mostrou que os fabricantes estavam otimistas de que haveria uma melhora na demanda e queda nas taxas de juros, sustentando o crescimento da produção.
Juntamente, publicidade, investimentos e lançamentos de novos produtos também sustentaram previsões positivas.
Contudo, a confiança foi afetada negativamente por preocupações com relação às pressões competitivas e a falta de renda disponível entre os lares.
Pollyanna De Lima, Diretora Associada de Economia da S&P Global, comentou que, mesmo que “os fabricantes brasileiros tenham relatado alguns desafios em fevereiro, parece que o setor está caminhando para a estabilização após uma angústia pós-eleitoral relacionada às condições operacionais”.
“Uma combinação de condições de demanda fraca, melhorias nas cadeias de suprimentos e queda dos preços globais de algumas matérias-primas ajudou a reduzir a inflação em fevereiro. Os preços de insumos e custos de produção subiram a taxas semelhantes às de janeiro, que permaneceram abaixo de suas médias de longo prazo”, finalizou.
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