Dados do balanço publicado nesta terça-feira (7) pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA) apontam que o ano de 2023 começou de forma pouco aquecida para o setor automotivo, com 152,7 mil unidades produzidas.
O resultado representa um crescimento de 5% ante o mesmo mês de 2022, quando a crise dos semicondutores estava mais aguda e a onda de infecções pela variante ômicron estava no pico. Porém, os patamares continuam inferiores aos verificados antes da pandemia e até em relação a janeiro de 2021.
“Em janeiro, o problema do setor automotivo foi mais de demanda do que de oferta. O ano começa com o mercado automotivo desaquecido, em função das crescentes dificuldades de crédito e do clima de incertezas sobre o desempenho da economia em nível nacional e global”, explicou Márcio de Lima Leite, Presidente da associação.
A ANFAVEA apontou que uma explicação para este crescimento tímido é que neste ano a maioria das fábricas deu férias coletivas.
Nos anos anteriores, essas férias haviam sido antecipadas por paradas de fábricas em meses de escassez de itens como semicondutores. Mas o número deste primeiro mês é espacialmente baixo se
afirma um trecho do press release da associação.
levarmos em conta que antes da pandemia se produzia perto de 200 mil unidades no mês inaugural.
No total, houve 142,9 mil unidades emplacadas, uma alta de 12,9% quando comparadas com as 126,5 mil do mesmo mês do ano anterior.
Tirando a limitação da produção, a ANFAVEA estima que teria havido uma venda adicional de 20 mil unidades em janeiro de 2022, o que significaria um patamar idêntico ao de janeiro de 2023. Ou seja, um cenário de estabilidade e não de crescimento.
No referente às exportações, os dados foram os melhores dos últimos 5 anos, com 33 mil unidades. A aceleração vem de forma constante desde 2020, mas pode ter uma interrupção nos próximos meses, já que destinos importantes dos produtos brasileiros, como Colômbia e Chile, tiveram queda de vendas em janeiro.
Resultados por setor em 2022 e expectativas para 2023
Os melhores resultados de 2022 foram registrados no setor de máquinas autopropulsadas – o fechamento dos números chega com um mês de defasagem em relação aos autoveículos.
“O setor de máquinas vem dando ano a ano demonstrações de seu vigor. As agrícolas vinham crescendo há mais tempo, na esteira do forte agronegócio brasileiro. No ano passado foi a vez das máquinas rodoviárias baterem recordes históricos, por conta de fortes investimentos em infraestrutura”, apontou Márcio de Lima Leite.
As vendas de máquinas agrícolas totalizaram 67.385 unidades no ano, crescimento de 19,4% sobre 2021. Já as máquinas rodoviárias somaram 37.783 unidades, alta de 29,2%.
Os resultados também foram positivos nas exportações:
- Máquinas agrícolas: 10.645 envios ao exterior, 7,6% a mais que em 2021;
- Rodoviárias: 11.857 embarques, desempenho 17,6% superior ao do ano anterior.
Para este ano, a ANFAVEA projeta vendas de 65 mil máquinas agrícolas e 36 mil rodoviárias, um recuo de 3,5% e 4,7%, respectivamente.
Nas exportações, a expectativa é de 9.520 agrícolas (queda de 13,1%) e 13.200 rodoviárias (alta de 11.3%).
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