O Índice de Preços ao Produtor (IPP) recuou 1,29% em dezembro ante novembro de 2022, segundo dados publicados hoje (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Este é o quinto resultado negativo consecutivo do indicador.
O IPP mede a variação dos preços de produtos na “porta da fábrica”, ou seja, sem impostos e frete. São mensuradas 24 atividades das indústrias extrativas e de transformação.
Dessa forma, a inflação da indústria fechou o ano de 2022 com alta de 3,13%, terceiro menor valor acumulado no ano desde o início da série histórica, em 2014. O IBGE apontou que a alta do ano passado foi aproximadamente 25 pontos percentuais (p.p.) menor que a de 2021.
“Esse resultado consolida a trajetória deflacionária da indústria iniciada no segundo semestre, que pode ser associada, em grande medida, aos preços em baixa das commodities no mercado internacional. Barril de petróleo, minério de ferro e insumos fertilizantes são alguns dos produtos de destaque nesse sentido. A redução do preço do óleo bruto, acompanhando os preços internacionais, além de exercer impacto direto sobre o resultado das indústrias extrativas, naturalmente provoca uma redução de custos ao longo da sua cadeia derivada, como o refino e os outros produtos químicos, com reflexo no preço final praticado nesses setores”, explicou Felipe Câmara, gerente do IPP.
Câmara disse que, no caso dos alimentos, a ligeira alta observada em dezembro está associada a aumentos de preço pontuais.
Produtos com influência grande no resultado do setor, como carne bovina e leite, mantiveram a dinâmica de meses anteriores, com os preços em viés de baixa em face da maior oferta nesta época do ano. Influência superada por aumentos como o do açúcar cristal, provocado por uma expansão lenta da oferta nacional, ou do farelo de soja, que acompanhou a alta corrente do mercado internacional”, acrescentou.
Influências
As atividades que, em dezembro de 2022, tiveram as maiores variações no acumulado no ano foram papel e celulose (19,45%), impressão (19,17%), perfumaria, sabões e produtos de limpeza (16,99%) e fabricação de máquinas e equipamentos (15,71%).
Já aquelas que exerceram as maiores influências no acumulado da indústria geral foram: efino de petróleo e biocombustíveis (1,23 p.p.), outros produtos químicos (-1,21 p.p.), alimentos (1,20 p.p.) e metalurgia (-0,87 p.p.).
Entre as grandes categorias econômicas, o o resultado anual se estabelece a partir da variação de 11,92% em bens de capital (com influência de 0,82 p.p.), 0,90% em bens intermediários (0,53 p.p.) e 5,18% em bens de consumo (1,79 p.p.).
Especificamente em dezembro, a variação em comparação com o mês anterior foi de -1,29%. Em novembro, na comparação com outubro, a indústria havia registrado queda de 0,54%.
Resultados por setor
Em dezembro, 5 das 24 atividades industriais investigadas apresentaram variações negativas de preço ante novembro.
Os destaques foram:
- Indústrias extrativas: -7,21%;
- Refino de petróleo e biocombustíveis: -5,46%;
- Madeira: -2,96%;
- Outros produtos químicos: -2,79%.
Em termos de influência, as atividades que mais sobressaíram foram refino de petróleo e biocombustíveis (-0,68 p.p.), indústrias extrativas (-0,33 p.p.), outros produtos químicos (-0,25 p.p.) e metalurgia (-0,08 p.p.).
Já entre as grandes categorias econômicas, a variação de preços na passagem de novembro para dezembro foi de 0,85% em bens de capital (com influência de 0,06 p.p.), -2,08% em bens intermediários (-1,21 p.p.) e -0,43% em bens de consumo (-0,15 p.p.).
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