O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), apurado pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), caiu pelo segundo mês consecutivo em janeiro. Com variação negativa de 3,6%, o Icec ficou em 119,0 pontos. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (27) pela entidade.
Em comparação com janeiro do ano passado, a confiança do comércio esta 1,7% pior. O nível deste mês é o menor desde abril de 2022.
A CNC apontou que o destaque negativo ficou por conta da queda do índice de expectativas para o curto prazo, que foi de 6,4%.
As expectativas dos comerciantes para a economia ficou e 125,7 pontos e, para o setor do comércio, e, 139,0 pontos. Ambas são as piores desde abril de 2021.
De acordo com a entidade, esse cenário foi impulsionado pela desaceleração da atividade econômica e das vendas no varejo no fim de 2022.
Há dois meses, os comerciantes vêm apontando deterioração rápida das expectativas sobre o
afirma um trecho do relatório divulgado pela CNC
desempenho da atividade econômica e do comércio no primeiro semestre deste ano
Para 31,4% dos varejistas consultados a economia vai piorar nos próximos meses. Em novembro, este dado estava em apenas 12,1%.
No referente à performance do varejo, a previsão de que as vendas serão piores foi de e 9,3% em novembro para 23,7% em janeiro.
Os varejistas já sentem o desaquecimento das vendas, estão reajustando expectativas e planejamentos. A combinação de inflação persistente e juros elevados com desaceleração da geração de vagas de trabalho formal, além do alto nível de endividamento das famílias, está deixando os consumidores cada vez mais cautelosos. Esse cenário deve permanecer pressionando a renda e o consumo este ano.
acrescentou a CNC
Redução de investimentos
Outro ponto levantado pela CNC foi o fato que com a perspectiva de vendas menores e o crédito estando mais caro e seleto, irá crescer o número de varejistas reduzindo seus investimentos.
A piora na avaliação das condições atuais e nas expectativas está levando os comerciantes a reavaliar investimentos na empresa e na recomposição dos estoques
A taxa que mede a intenção de investir no negócio caiu 3,9% entre dezembro e janeiro, o 5º recuo consecutivo. Agora, está em 109,4 pontos.
Do total de comerciantes, 42,4% pretendem reduzir investimentos – o maior percentual desde junho do ano passado. Este cenário se estende para todos os segmentos.
Porém, a queda mais expressiva ficou entre os varejistas de produtos duráveis, com retração de 5% ante dezembro, ficando em 103,4 pontos.
Os juros permanecerão elevados pelo menos até o terceiro trimestre deste ano, reverberando negativamente o consumo de bens dependentes do crédito.
previu a CNC
Os comerciantes também apontaram uma piora na avaliação do nível dos estoques em janeiro (-0,3%). O indicador chegou a 94,6 pontos, e a parcela de comerciantes avaliando os estoques como “adequados” (60% do total de varejistas) é a menor desde junho de 2021.
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