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Ilan Goldfajn é eleito presidente do BID em assembleia de governadores

No último domingo (20), a assembleia de governadores do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) elegeu para o comando da instituição o economista Ilan Goldfajn, candidato brasileiro e ex-presidente do Banco Central.

Goldfajn assumirá o cargo em 19 de dezembro, e foi eleito com 80,1% dos votos. Os outros quatro candidatos eram:

  • Nicolás Eyzaguirre Guzmán, ex-ministro da Economia do Chile;
  • Gerardo Esquivel Hernández, um dos diretores do Banco Central do México;
  • Gerard Johnson, ex-funcionário do BID e natural de Trindade e Tobago;
  • Cecilia Todesca Bocco, secretária de Relações Econômicas Internacionais da chancelaria argentina (desistiu e não recebeu votos).

Há 63 anos, esta é a primeira vez que um candidato brasileiro presidirá o BID. O banco é hoje uma uma das principais fontes de financiamento de longo prazo para o desenvolvimento econômico, social e institucional da América Latina e do Caribe.

Goldfajn foi eleito para ser presidente do BID por um período de cinco anos, podendo ser reeleito apenas uma vez.

Quem é Ilan Goldfajn

Ilan Goldfajn nasceu em março de 1996, na cidade de Haifa, em Israel. Com doutorado em Economia pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), mestrado pela PUC-RJ e graduação pela UFRJ, foi diretor do Departamento do Hemisfério Ocidental do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Fonte: Twitter Eixo Político/Reprodução

Entre 2016 e 2019, foi presidente do Banco Central do Brasil e, entre 2000 e 2003,  diretor de Política Econômica da autoridade monetária

Na iniciativa privada, passou pelo Credit Suisse Brasil, Itaú Unibanco, Ciano Investimentos e Gávea Investimentos.

Além disso, atuou como professor de universidades no Brasil e nos Estados Unidos, e editor e autor de inúmeros livros e artigos.

Indicação de Paulo Guedes

A indicação de Goldfajn ao cargo veio de Paulo Guedes, ministro da Economia. No mês passado, Guedes utilizou das reuniões anuais do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI), nos Estados Unidos, para buscar apoio à candidatura brasileira.

Na indicação ao BID, o Ministério da Economia destacou, em nota, que ele concilia “ampla e bem-sucedida” experiência profissional no setor público, em organismos multilaterais e no setor privado, além de sólida formação acadêmica, que o “qualificam inequivocamente para o exercício do cargo de presidente” do banco multilateral.

Porém, o ex-ministro Guido Mantega, enquanto fazia parte da equipe de transição de Lula, contestou a indicação de Goldfajn e entrou em contato com autoridades econômicas de países das Américas para pedir o adiamento da eleição. Esse pedido não foi realizado.

A ação de Mantega repercutiu mal entre autoridades e especialistas, que temiam que o gesto poderia prejudicar a candidatura de Goldfajn.

Qual é a composição do BID

Na assembleia de governadores – que elege o presidente do BID – cada um dos 48 países membros é representado por seu governador, normalmente ministros da Fazenda ou outras altas autoridades econômicas.

Para ser eleito, o candidato deve obter a maioria absoluta dos votos dos países membros. 

O poder de voto varia de acordo com o número de ações detidas por cada país membro. Os Estados Unidos são o país com maior poder de voto: 30%. Depois, aparecem Brasil e Argentina, ambos com 11,4%.

O candidato vencedor também deve ter o apoio da maioria absoluta dos 28 países regionais, ou seja, dos países das Américas. 

Também fazem parte e votam no BID 16 nações européias e quatro asiáticas.

Repercussão

Depois da publicação do resultado pelo BID, Geraldo Alckmin, vice-presidente eleito, parabenizou Goldfajn pela vitória.

Reina Irene Mejía, presidente interina do BID, também cumprimentou Goldfajn e afimou que trabalharão de “forma muito integrada e próxima no período de transição”.

O Ministério da Economia disse, também em nota, que a vitória de Goldfajn é reconhecimento da plataforma apresentada pelo Brasil para o banco que prioriza três eixos centrais:

  • infraestrutura física e digital, com mobilização de recursos privados e criação de oportunidades para a integração regional;
  • combate à pobreza, desigualdade e insegurança alimentar;
  • mudança do clima e biodiversidade.

A presidência do BID está atualmente nas mãos de Reina Irene Mejía, presidente interina. O ex-presidente, Mauricio Claver-Caron, foi demitido do cargo em setembro, após uma investigação mostrar que teve um relacionamento com uma funcionária e autorizou dois aumentos do salário dela, violando o código de ética da instituição.

Entre em contato com a redação Money Crunch: [email protected]

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