Conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), apurada pelo Instituto Brasileiro de Economia e Estatística (IBGE), no trimestre até setembro deste ano, o Brasil registrou uma taxa de informalidade de 39,4% no mercado de trabalho.
Portanto, 39,145 milhões de trabalhadores estavam atuando na informalidade no período.
Porém, em um trimestre, 142 mil pessoas deixaram de atuar como trabalhadores informais. A geração de vagas no período totalizou 1,000 milhão.
“A expansão da ocupação veio fundamentalmente da formalidade. De fato, se observa um crescimento de parcelas da formalidade.”, disse Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.
A informalidade recuou 0,4% no trimestre, variação considerada estatisticamente não significativa, ou seja, dentro da margem de erro da pesquisa.
Na comparação com 2021, o contingente de trabalhadores informais cresceu 3,8%, o que simboliza 1,436 milhão de pessoas a mais atuando nessa condição.
Segundo Adriana, a geração de vagas com carteira assinada no setor privado e a abertura de postos de trabalho no setor público contribuem para o aumento da formalidade no mercado de trabalho.
Apenas em um trimestre, o setor privado abriu 482 vagas com carteira assinada. Já o setor público absorveu 291 mil trabalhadores, alcançando um recorde de 12,156 milhões de ocupados.
A coordenadora da pesquisa lembrou que o setor público vinha de perdas de trabalhadores na área de educação, “bastante afetada durante a pandemia”.
Beringuy pontuou que, diante de um represamento na demanda, houve uma recomposição da estrutura necessária para oferecer saúde e educação públicas. Contudo, ocorreu a elevação nas contratações também de funcionários para a administração pública em si, além de admissões temporárias de recenseadores pelo IBGE, para atuarem na coleta do Censo Demográfico 2022.
“Então o IBGE está dando sua contribuição no processo de expansão da ocupação. São milhares de pessoas envolvidas (no Censo), mexeu no indicador sim.”, explicou Adriana.
A geração de vagas por atividades econômicas mostrou 315 mil trabalhadores a mais atuando no setor de Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais em apenas um trimestre. O segmento abrange também a educação e saúde privadas.
“O que ajuda bastante no crescimento da formalidade é esse movimento da administração pública, saúde e educação. Tanto a parte pública quanto o setor privado para saúde e educação”, acrescentou.
Abertura de vagas com carteira assinada
O IBGE indicou que o trimestre encerrado em setembro de 2022 teve uma abertura de 482 mil vagas com carteira assinada no setor privado em relação ao trimestre encerrado em junho.
Na comparação com o mesmo trimestre de 2021, 2,757 milhões de vagas com carteira assinada foram criadas no setor privado.
O total de pessoas trabalhando com carteira assinada no setor privado foi de 36,265 milhões no trimestre até setembro, enquanto as que atuavam sem carteira assinada alcançaram um recorde de 13,212 milhões, 169 mil a mais que no trimestre anterior.
Em relação ao trimestre até setembro de 2021, foram criadas 1,521 milhão de vagas sem carteira no setor privado.
O trabalho por conta própria perdeu 30 mil pessoas em um trimestre, para um total de 25,684 milhões. O resultado significa 223 mil pessoas a mais atuando nessa condição em relação a um ano antes.
Por parte dos empregadores, houve um aumento de 115 mil em um trimestre. Em relação a setembro de 2021, o total de empregadores é 550 mil superior.
Além disso, o país teve um aumento de 33 mil pessoas no trabalho doméstico em um trimestre, para um total de 5,889 milhões de pessoas. Esse contingente é 532 mil pessoas maior que no ano anterior.
O setor público teve 291 mil ocupados a mais no trimestre terminado em setembro ante o trimestre encerrado em junho. Na comparação com o trimestre até setembro de 2021, foram abertas 989 mil vagas.
No trimestre até setembro, o setor público somou um recorde de 12,156 milhões de trabalhadores.
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