Uma pesquisa da Serasa Experian, divulgada pelo portal UOL, mostrou que o número de empresas inadimplentes bateu recorde em setembro deste ano. No mês passado, 6,3 milhões de empresas estavam com dívidas atrasadas, o maior valor desde o início da série histórica, em março de 2016.
A pesquisa da Serasa Experian considera como inadimplente a empresa que tem pelo menos uma conta vencida e não paga. No total, a dívida atrasada é de R$ 105,2 bilhões.
De acordo com o Mapa das Empresas do governo federal, atualmente o Brasil possui 20,4 milhões de empresas. Portanto, o estudo da Serasa Experian simboliza que cerca de 30% das empresas do país estavam inadimplentes até setembro deste ano.
Para Luiz Rabi, economista da Serasa Experian, o recorde é reflexo de dois motivos principais: o aumento da inadimplência das pessoas físicas e o aumento da taxa básica de juros.
Até setembro, quatro em cada dez brasileiros adultos estavam negativados, conforme uma pesquisa da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas). Esse valor equivale a 64,25 milhões de pessoas, um recorde do levantamento, realizado há oito anos.
Cada brasileiro deve, em média, R$ 3.688,96, e demora cerca de 10 meses para sair da inadimplência.
Panorama das dívidas das empresas
No início do ano, o número de empresas inadimplentes chegou a 6 milhões. Mas o último recorde foi registrado em junho deste ano, com 6,2 milhões de empresas inadimplentes. O dado se manteve estável durante junho, julho e agosto.
A pesquisa mostrou que as empresas devem, em média, R$ 16.771,80 para os credores. Cada empresa deve, em média, para 7 credores.
O setor mais endividado é o de serviços, representando 53,3% dos negócios negativados. Em seguida, aparecem o comércio (37,7%), indústria (7,8%), setor primário (0,8%), que é o responsável pela produção de matérias-primas, e outros (0,4%).
Neste sentido, as micro e pequenas empresas são as mais afetadas. O indicador mostrou que das 6,3 milhões empresas inadimplentes, 5,6 milhões são micro e pequenas empresas, um aumento de 5% em relação a setembro do ano passado.
Segundo o vice-presidente de pequenas e médias empresas da Serasa Experian, Cleber Genero, as empresas menores tendem a demorar mais tempo para se recuperar, mesmo em cenário de economia estável.
O economista Luiz Rabi disse que o aumento da taxa básica de juros para conter a inflação deixou o crédito mais caro para as empresas, principalmente para as pequenas e médias.
O destaque da inadimplência se deu no estado de São Paulo. Confira os dados em todos os estados:
Posição | Estado | Número de empresas inadimplentes |
1º | São Paulo | 2.048.614 |
2º | Minas Gerais | 610.248 |
3º | Rio de Janeiro | 557.257 |
4º | Paraná | 398.112 |
5º | Rio Grande do Sul | 351.853 |
6º | Bahia | 329.174 |
7º | Santa Catarina | 265.115 |
8º | Goiás | 216.298 |
9º | Pernambuco | 193.285 |
10º | Ceará | 150.838 |
11º | Mato Grosso | 140.392 |
12º | Pará | 139.956 |
13º | Distrito Federal | 119.490 |
14º | Espírito Santo | 118.276 |
15º | Maranhão | 93.461 |
16º | Mato Grosso do Sul | 75.607 |
17º | Amazonas | 67.288 |
18º | Paraíba | 64.971 |
19º | Rio Grande do Norte | 64.739 |
20º | Rondônia | 52.490 |
21º | Alagoas | 49.715 |
22º | Sergipe | 43.055 |
23º | Piauí | 41.407 |
24º | Tocantins | 40.103 |
25º | Amapá | 15.103 |
26º | Acre | 14.243 |
27º | Roraima | 8.705 |
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