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Patrick Abrahão é preso em operação contra esquema de pirâmide com criptomoeda

Nesta quarta-feira (19), o músico e empresário Patrick Abrahão, marido da cantora Perlla, foi preso na Operação La Casa de Papel, conduzida pela Polícia Federal (PF), da Receita Federal e da Agência Nacional de Mineração (ANM).

A operação se diz contra “um esquema de pirâmide financeira transnacional” que criou a própria criptomoeda e a supervalorizou artificialmente.

As investigações mostraram que o esquema de pirâmide financeira, a Trade Invest, captou recursos de mais de 1,3 milhão de pessoas, em mais de 80 países.

O prejuízo aos investidores é estimado em R$ 4,1 bilhões, cujas operações teriam se iniciado em 2019, estando em curso e pleno desenvolvimento até o momento de deflagração da operação.

Estão sendo cumpridos seis mandados de prisão preventiva contra os líderes da organização criminosa e 41 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 3ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande/MS, nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Goiás, Maranhão e Santa Catarina. Os agentes cumprem ainda mandados de bloqueio no valor de 20 milhões de dólares e sequestros de dinheiro em contas bancárias, imóveis de altíssimo padrão, gado, veículos, ouro, joias, artigos de luxo, mina de esmeraldas, lanchas e criptoativos em posse das pessoas físicas e jurídicas investigadas.

informou a PF

Juntamente, a rede de Patrick responde pelos crimes contra o sistema financeiro nacional, evasão de divisas, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, usurpação de bens públicos, crime ambiental e estelionato. As penas máximas somadas podem chegar a 41 anos de prisão.

Investigação

A investigação iniciou em agosto do ano passado, na cidade de Dourados (MS), quando dois dos investigados foram pegos em flagrante, a caminho do Paraguai, com escolta armada e esmeraldas avaliadas em US$ 100 mil.

A PF afirmou que as joias “estavam ocultas e não tinham origem legal, pois estavam amparadas em nota fiscal cancelada”.

Os investigados usavam de forma massiva as redes sociais para marketing, arregimentavam “centenas de ‘team leaders’” e contavam com “a estrutura e o apoio da entidade religiosa pertencente a um deles”, explicou a Polícia Federal.

A partir disso, os empresários conseguiam captar recursos e gerir uma empresa que oferecia “pacotes de investimentos financeiros desde 15 dólares a 100 mil dólares, com promessa de ganhos diários em percentuais altíssimos”.

Por meio de sites e aplicativos que mantinha nas redes sociais, a organização criminosa prometia que os investimentos seriam multiplicados em ganhos diários, que poderiam chegar a até 20% ao mês e mais de 300% ao ano, através de transações no mercado de criptoativos por supostos ‘traders’ a serviço da empresa.

Criação de criptomoeda

A PF afirmou que a a rede lançou no fim de 2021 duas criptomoedas “sem qualquer lastro financeiro”.

Foi identificada uma manipulação de mercado para valorizar uma das moedas artificialmente em 5.500% em apenas 15 horas, com pico de até 38.000%, dias depois. Tudo isso para manter a pirâmide financeira o mais tempo possível em atividade, pois as criptomoedas foram também utilizadas para pagar aos investidores. Contudo, após alta meteórica e especulativa promovida pelos investigados, as criptomoedas perderam todo o valor de mercado, e a cotação passou a romper em diversas casas decimais abaixo do centavo de dólar, resultando em perda quase que completa da liquidez.

detalhou a Polícia Federal.

Neste período, houve a prisão de um dos chefes do esquema em Cuba.

Os fundadores da organização cessaram os pagamentos dos valores aos cubanos sob a justificativa, divulgada nas redes sociais, de que o governo de Cuba teria impedido a empresa de ajudar o país. Na sequência, ante o volume de dinheiro subtraído pelo esquema criminoso, os investigados começaram a impor dificuldades para realização dos pagamentos aos investidores lesados e, como forma de garantir seus lucros, passaram a estabelecer prazos cada vez maiores para resgate, o que impedia os saques dos valores aportados pelos investidores.

A investigação apontou que os investigados combinaram um “ataque hacker” no final de 2021.

Os líderes da organização criminosa alegaram um imenso prejuízo financeiro com a ação e retiveram todo o dinheiro dos investidores a tal pretexto, propondo a suspensão de todos os pagamentos sob o argumento da necessidade de uma auditoria financeira.

Meses após os acontecimentos, a auditoria concluiu anunciando uma “reestruturação da empresa”, com a migração para uma nova rede, a fim de que os investidores efetuassem novos aportes.

Entre em contato com a redação Money Crunch: [email protected]

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