Em reunião feita nesta segunda-feira (10), o presidente do Banco Mundial, David Malpass, e a diretora-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Kristalina Georgieva, disseram que há um risco crescente de recessão global, com a inflação permanecendo um problema contínuo após a invasão da Ucrânia pela Rússia.
“Existe um risco e um perigo um risco e um perigo real de recessão mundial no próximo ano”, disse Malpass em um diálogo com Georgieva, que marcou o início dos primeiros encontros presenciais das duas instituições desde a pandemia da Covid-19.
O presidente citou a desaceleração do crescimento nas economias desenvolvidas e depreciação cambial em muitos países em desenvolvimento.
Já Georgieva destacou a desaceleração da atividade econômica em três principais localidades: Europa, que foi duramente atingida pelos altos preços do gás natural; China, onde a volatilidade do setor imobiliário e os problemas causados pela Covid-19 estão reduzindo o crescimento; e os Estados Unidos, onde os aumentos da taxa de juros “estão começando a ter efeito”.
Os dois líderes destacaram que a desaceleração do crescimento nas economias avançadas, o aumento das taxas de juros, os riscos climáticos e os altos preços dos alimentos e de energia estão atingindo particularmente os países em desenvolvimento.
A partir disso, pediram ações conjuntas para ajudar os mercados emergentes.
“Não é um quadro otimista. Mas se unirmos forças, se agirmos juntos, podemos reduzir a dor que está à nossa frente em 2023”, declarou Kristalina Georgieva.
Ainda, Kristalina afirmou que o FMI defenderá esta semana que os bancos centrais continuem seus esforços para conter a inflação, apesar do impacto negativo no crescimento.
Malpass, que foi criticado no mês passado por se recusar a dizer se aceita o consenso científico sobre o aquecimento global, disse que as autoridades do Banco Mundial estão trabalhando duro para liberar mais fundos para lidar com os problemas climáticos enfrentados por tantos países em desenvolvimento.
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