O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), visto como um sinalizador do PIB, apresentou uma alta de 1,17% em julho ante junho, ficando bem acima do esperado pelo mercado.
Divulgado nesta quinta (15) pelo BC, o indicador em após o Produto Interno Bruto ter surpreendido no segundo trimestre com crescimento acima do projetado, mesmo com a inflação alta corroendo o poder de compra.
Em uma pesquisa da agência Reuters, analistas projetavam uma alta de 0,30% do IBC-Br de julho, na comparação mensal com dados dessazonalizados.
Na comparação com julho de 2021, o IBC-Br saltou 3,87% e, em 12 meses, acumulou alta de 2,09%, de acordo com os números observados.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicados neste mês, o setor de serviços foi mais uma vez motor da atividade em julho, com crescimento bem superior ao esperado, de 1,1%, sobre o mês anterior.
A produção industrial também cresceu, ainda que a ritmo menor, de 0,6%, depois de uma queda em julho.
O comércio se mostrou novamente como a contramão, com retração de 0,8%, pior desempenho para o mês em quatro anos.
A atividade também tem recebido fôlego de medidas adotadas pelo governo para aquecer a economia no ano eleitoral, que incluíram a antecipação do 13º para aposentados, liberação de recursos do FGTS e, mais recentemente, desonerações dos setores de combustíveis e energia e aumento do valor do Auxílio Emergencial.
Na visão de Alberto Ramos, economista do banco Goldman Sachs, espera-se que alguns dos setores de serviços ainda impactados pela Covid se recuperem mais nos próximos meses, apoiados em parte por estímulos fiscais.
“Mas, à frente, os retornos marginais decrescentes da normalização da atividade econômica pós-Covid, o impacto defasado do recente aperto monetário e financeiro, condições de crédito cada vez mais exigentes, alto nível de endividamento das famílias e desaceleração contínua da economia global devem adicionar ventos contrários à atividade econômica no final de 2022 e primeiro semestre de 2023”, disse Alberto Ramos.
Juntamente com a divulgação do IBC-Br, o governo elevou hoje a a projeção oficial para o desempenho da atividade econômica em 2022, em visão mais otimista do que a observada no mercado, também estimando números melhores para a inflação.
No 2º trimestre, o IB cresceu 1,2% sobre os três meses imediatamente anteriores, acima do 0,9% esperado por economistas. A alta acumulada no semestre foi de 2,5% ante o mesmo período de 2021.
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