Mesmo com a previsão de nova alta da taxa básica de juros da economia neste mês, os principais bancos do país pretendem manter a taxa do crédito imobiliário em torno de 10%.
Segundo Miguel Ribeiro de Oliveira, diretor-executivo da Anefac (associação nacional dos executivos de finanças):
Os bancos sabem que está defasado agora, mas que a Selic vai voltar a cair novamente. Como são linhas de crédito de financiamento de longo prazo, tem uma influência menor da Selic. E os bancos já subiram as taxas de juros lá atrás. Quando a Selic estava em 2%, o crédito habitacional estava com taxa de 7%.
A taxa de juros atual acaba sendo menor nas linhas de crédito que acompanham a rentabilidade da poupança, já que quando a Selic ultrapassa dos 8,5% ao ano, a poupança passa a render em um valor fixo de 6,17% a.a.
Porém, a taxa de juros será de 6,17% mais o valor fixo definido pelo banco mais a TR.
No 1º semestre, o volume de crédito concedido para o financiamento imobiliário caiu 6% em comparação com o mesmo período do ano passado, mas segue acima do total liberado durante todo 2019. De acordo com a Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança), a queda foi puxada pelo financiamento via poupança
A associação espera que 2022 seja o segundo melhor ano da história do setor, perdendo apenas para 2021.
Quais taxas os bancos cobram?
O Itaú oferece o crédito imobiliário com taxa de juros pré-fixada a partir de 9,5% ao ano do início ao fim do contrato, com atualização do saldo devedor pela TR, que atualmente está próxima de zero.
Na linha de crédito pela poupança, o Itaú cobra juros a partir de 3,45% ao ano mais rendimento da poupança.
Já o Santander afirma que suas taxas de financiamento imobiliário são a partir de 9,49% ao ano mais a TR.
O Bradesco, por sua vez, afirma que fez o último reajuste nas taxas do crédito imobiliário em setembro
do ano passado, aumentando na modalidade tradicional de 9% ao ano mais a TR para 9,5% ao ano mais a TR. No financiamento orientado pela poupança o banco manteve a taxa de juros pelo rendimento da caderneta mais 2,99% ao ano.
No Inter, as taxas de financiamento imobiliário partem de 9,5% mais a TR.
E, por fim, no Banco do Brasil, as atuais taxas de crédito imobiliário partem de 9,39% ao ano mais a TR e variam conforme perfil do cliente, prazo do financiamento e relacionamento com a instituição. O último reajuste ocorreu em julho, e as taxas anteriores eram a partir de 9,01% ao ano mais a TR. Não há previsão de novos reajustes.
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